Prevalência de Anomalias Citogenéticas e da Pré-Mutação do Gene FMR1 numa População Portuguesa com Insuficiência Ovárica Prematura

Introdução: As anomalias cromossómicas contribuem para 10% dos casos de insuficiência ovárica prematura estando maioritariamente
associadas ao cromossoma X. A pré-mutação do gene fragile mental retardation 1 (FMR1) tem uma prevalência estimada de 1% - 7% nos casos esporádicos e até 13% nos casos familiares. O nosso objetivo foi descrever as características clínicas e a análise citogenética e do gene FMR1 de uma população Portuguesa com insuficiência ovárica prematura.
Material e Métodos: Análise retrospetiva das mulheres com o diagnóstico de insuficiência ovárica prematura vigiadas num hospital
terciário Português. Recolha de dados através do processo médico eletrónico incluindo características clínicas, análise citogenética e análise do gene FMR1. Os desfechos principais foram a prevalência de anomalias cromossómicas e da pré-mutação FMR1 numa população Portuguesa com insuficiência ovárica prematura.
Resultados: Foram incluídas 94 doentes, com uma mediana de idade de menopausa de 36 anos. A prevalência de anomalias cromossómicas foi 16,5% (14/85) e a maioria estavam relacionadas com o cromossoma X (78,6%, n = 11). A prevalência da pré-mutação FMR1 foi de 6,7% (6/90). A prevalência de anomalias cromossómicas ou pré-mutação FMR1 não diferiu entre casos esporádicos e familiares. Nem as anomalias cromossómicas nem a pré-mutação FMR1 influenciaram a idade de menopausa ou os níveis da hormona estimulante dos folículos capilares aquando do diagnóstico na população com insuficiência ovárica prematura.
Discussão: Este é o primeiro estudo a descrever as características clínicas e a análise citogenética e do gene FMR1 numa população Portuguesa com insuficiência ovárica prematura. A prevalência de anomalias cromossómicas na nossa amostra foi superior à descrita para outras populações, enquanto a prevalência da pré-mutação FMR1 foi semelhante à descrita em estudos anteriores.
Conclusão: Os nossos resultados sublinham a importância do rastreio genético em doentes com insuficiência ovárica prematura, quer no estudo etiológico, quer no aconselhamento genético.

Leia o artigo original aqui (apenas em inglês).

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