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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A imunidade contra o sarampo poderá resultar do contacto anterior com o vírus ou da vacinação. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de imunidade contra o sarampo em profissionais de saúde de um hospital central.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo com caraterização dos resultados do doseamento de imunoglobulina G (IgG) específica contra o sarampo em profissionais de saúde, entre maio de 2010 e março de 2018.
Resultados: Analisaram-se os resultados de 1339 trabalhadores, média de idades 39,3 ± 10,11 anos, 71,1% mulheres. A prevalência de IgG positiva foi de 81,5%, mais elevada entre os profissionais nas faixas etárias dos 40 aos 49 e mais de 50 anos (91,9% e 94,6% respetivamente). Por sua vez, 83,1% dos profissionais com IgG negativa ou equívoca tinham maioritariamente idades inferiores a 40 anos (p < 0,05).
Discussão: Verificou-se que a prevalência de profissionais imunes ao sarampo foi mais baixa que noutros estudos, podendo, contudo, esse resultado dever-se a diferenças entre as caraterísticas das amostras estudadas. Foi encontrada uma maior suscetibilidade ao sarampo em profissionais nas faixas etárias inferiores. Estes resultados podem refletir uma baixa cobertura vacinal nesta faixa etária, um esquema de vacinação incompleto, ou a possibilidade dos profissionais mais velhos terem tido a doença, o que contribuíu para uma resposta imunitária com níveis de IgG mais elevados.
Conclusão: Conhecer a prevalência de profissionais suscetíveis ao sarampo, permitiu definir estratégias de prevenção face aos surtos que possam vir a acontecer. A vacinação continua a ser a melhor medida preventiva, uma terceira dose de vacina poderá vir a ser equacionada em determinados contextos epidemiológicos, especialmente nos profissionais expostos mais jovens.