REDES SOCIAIS
Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A pandemia COVID-19 constitui um desafio sem precedentes para os serviços de saúde e conduziu a alterações no padrão de utilização dos recursos pela população pediátrica. Procurámos descrever o impacto da pandemia COVID-19 na saúde infantil e no acesso à saúde em Portugal.
Material e Métodos: Realizámos um estudo retrospetivo, recolhendo dados através da aplicação de um inquérito anónimo online nas redes sociais. Os dados referem-se ao período entre 16 de março e 17 de maio de 2020.
Resultados: Obtivemos respostas ao inquérito relativas a 19 745 crianças. Da análise às respostas, concluímos que 54,2% das consultas previamente agendadas foram adiadas pelas instituições de saúde e 21,6% das vacinações previstas não se realizaram. Os pais expressaram preocupação quanto às consequências psicológicas, sociais e físicas da pandemia nos seus filhos.
Discussão: A reduzida utilização dos serviços de urgência pediátricos, bem como a não realização de consultas e vacinações previamente agendadas é potencialmente lesiva para os doentes não-COVID. A pandemia e o isolamento social imposto poderão causar um impacto negativo na saúde mental das crianças.
Conclusão: Estudos adicionais são necessários para melhor compreender as consequências da diminuição do acesso à saúde, bem como os efeitos psicológicos, sociais e físicos nas crianças. A definição de estratégias para incentivar a vacinação e o não adiamento de avaliações médicas urgentes deveriam ser prioridades de Saúde Pública.
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