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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A hiponatremia é frequente em doentes com cancro, como muito estudos realizados nesses doentes mostraram. Contudo, há poucos estudos no fim da vida e em cuidados paliativos. O objectivo deste trabalho foi estudar a prevalência da hiponatremia em doentes oncológicos num serviço de cuidados paliativos de um centro oncológico e a sua associação com a sobrevivência.
Material e Métodos: O estudo incluiu os primeiros 300 doentes internados no serviço de cuidados paliativos em 2017. A sobrevivência foi medida do dia da hospitalização até à morte.
Resultados: O sódio plasmático foi medido em 170 (59%) doentes. A mediana da concentração de sódio plasmático foi 135 mmol/L (109 a 145). Em 91 (54%) doentes, o sódio plasmático estava dentro dos valores de referência, 59 (35%) tinham hiponatremia ligeira, em 13 (8%) era moderada e sete (4%) tinham hiponatremia profunda. A mediana da sobrevivência foi de 13 dias (1 a 1020). O sódio plasmático não apresentou uma associação estatisticamente significativamente associado com a sobrevivência (p = 0,463). Quanto a outras variáveis, o estado de performance do Eastern Cooperative Oncology Group associou-se significativamente à sobrevivência, o que não se verificou com o género, a idade, o tumor primário e o número de locais de metástases.
Discussão: A hiponatremia, principalmente ligeira e moderada, ocorreu em quase metade dos doentes incluídos neste estudo. No entanto, ao contrário de outros estudos, a hiponatremia não se associou a um pior prognóstico.
Conclusão: A hiponatremia é comum nos doentes oncológicos em cuidados paliativos, mas não parece influenciar a sobrevivência.
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