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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A informação disponível sobre doentes com urticária crónica em contexto da prática clínica real é escassa. Esta análise reporta os resultados a dois anos dos doentes portugueses incluídos no estudo AWARE.
Material e Métodos: Estudo de coorte, observacional, prospectivo, de doentes adultos com diagnóstico de urticária crónica, com sintomas há pelo menos dois meses, refratários a antihístamínicos-H1 na dose aprovada, seguidos em 10 centros de urticária em Portugal, incluídos entre 31 de outubro de 2014 e 31 de julho de 2015. Ao longo dos dois anos do estudo AWARE foram avaliados parâmetros clínicos, medicação utilizada para alívio dos sintomas de urticária, o Weekly Urticaria Activity Score e o índice de qualidade de vida dermatológico.
Resultados: Foram incluídos setenta e seis doentes. Após dois anos do estudo AWARE, a percentagem de doentes sob terapia com omalizumab quase duplicou, sendo acompanhada por uma diminuição da utilização de recursos médicos e absenteísmo. A gravidade da urticária e o impacto na qualidade de vida diminuíram após um ano e continuaram a diminuir aos dois anos, embora o aumento da qualidade de vida apenas tenha atingido significado estatístico no segundo ano. A percentagem de doentes com patologia controlada aumentou de 29,3% no início do estudo para 79,0% (p < 0,001).
Discussão: No final do estudo AWARE, uma percentagem significativa de doentes apresentou a patologia controlada, permitindo uma diminuição na utilização dos recursos médicos.
Conclusão: A urticária crónica tem impacto na qualidade de vida da população, mostrando que a terapêutica ainda poderá ser otimizada.
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