Acesso a Tratamento Endovascular para Acidente Vascular Cerebral Isquémico em Portugal

Introdução: A aprovação do tratamento endovascular para o acidente vascular cerebral isquémico obrigou à reorganização dos cuidados de saúde em Portugal. Os nove centros que realizam tratamento endovascular não estão distribuídos equitativamente pelo território, o que poderá causar acesso diferencial a tratamento. O principal objetivo deste estudo é realizar uma análise descritiva da frequência e métricas temporais do tratamento endovascular em Portugal continental e seus distritos.
Material e Métodos: Estudo de coorte nacional multicêntrico, incluindo todos os doentes com acidente vascular cerebral isquémico submetidos a tratamento endovascular em Portugal continental durante um período de dois anos (julho 2015 a junho 2017). Foram colhidos dados demográficos, relacionados com o acidente vascular cerebral e variáveis do procedimento. Taxas de tratamento endovascular brutas e ajustadas (ajuste indireto a idade e sexo) foram calculadas por 100 000 habitantes/ano para Portugal continental e cada distrito. Métricas de procedimento como tempo entre instalação, primeira porta e punção foram também analisadas.
Resultados: Foram registados 1625 tratamentos endovasculares, indicando uma taxa bruta nacional de tratamento endovascular de 8,27/100 000 habitantes/ano. As taxas de tratamento endovascular entre distritos variaram entre 1,58 e 16,53/100 000/ano, com taxas mais elevadas nos distritos próximos a hospitais com tratamento endovascular. O tempo entre sintomas e punção femural entre distritos variou entre 212 e 432 minutos.
Discussão: A análise nacional a taxas de tratamento endovascular e tempos de atuação é comparável a outros registos internacionais. Verificaram-se heterogeneidades geográficas, com taxas de tratamento endovascular menores e maior tempo para tratamento nos distritos do sul e interior.
Conclusão: Portugal continental apresenta uma taxa nacional de tratamento endovascular elevada, apresentando, contudo, assimetrias regionais no acesso. As métricas temporais foram comparáveis com as observadas nos ensaios clínicos piloto.

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