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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A síndrome metabólica consiste num conjunto de fatores que, quando associados, conferem maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, constituindo um importante problema de saúde pública. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência desta síndrome na população portuguesa, e avaliar possíveis associações com determinantes demográficos e socioeconómicos.
Material e Métodos: Com base no primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico de 2015, realizou-se um estudo epidemiológico transversal numa amostra representativa da população portuguesa (n = 4797) entre os 25 e 74 anos. A prevalência foi estimada na população total e em cada sexo, estratificada por grupo etário, região de saúde, tipologia de área urbana, estado civil, escolaridade, situação profissional e risco de pobreza. A magnitude das associações foi medida pelas razões de prevalências ajustadas.
Resultados: A prevalência estimada foi de 33,4% (IC 95%, 31,7 – 35,1) na população portuguesa [35,6% nos homens (IC 95%, 31,9 – 39,2) e 31,3% nas mulheres (IC 95%, 28,5 – 34,2)]. Em ambos os sexos, a maior prevalência estava significativamente associada ao aumento da idade, a indivíduos viúvos/casados/unidos de facto e com menor escolaridade. Não se verificou associação com sexo, região de saúde, tipologia de área urbana, situação profissional ou risco de pobreza.
Discussão: Esta síndrome estava presente num terço da população portuguesa. O conhecimento da sua epidemiologia permite identificar grupos populacionais com maior risco cardiovascular e metabólico.
Conclusão: A síndrome metabólica estava independentemente associada a grupos específicos. Este conhecimento reforça a importância de uma avaliação holística dos determinantes de saúde associados à síndrome metabólica.