Autoria Portuguesa dos Ensaios Clínicos Publicados: Diferenças entre Ensaios Clínicos Iniciados pela Indústria e por Investigadores

Introdução: Este estudo teve por objetivo investigar a autoria Portuguesa em publicações que resultem de ensaios clínicos iniciados pela indústria e por investigadores, que tenham decorrido em Portugal.
Material e Métodos: Quatro plataformas de registo de ensaios clínicos foram utilizadas para encontrar ensaios clínicos tendo instituições Portuguesas como promotor ou centro de recrutamento nos últimos 14 anos. Foram analisadas e comparadas as publicações dos estudos completos, da iniciativa da indústria e de investigadores
Resultados: A percentagem de ensaios da iniciativa da indústria e de investigadores que são publicados era semelhante (~ 28,0%). Porém, a percentagem de ensaios completos da iniciativa de investigadores era mais baixa (43,6%) quando comparada com os ensaios completos da indústria (69,7%). Existiu uma maior percentagem de autores portugueses em ensaios publicados da iniciativa do investigador quando comparado com os ensaios da iniciativa da indústria (47,1% vs 8,5%). Para além disso, ensaios da iniciativa da indústria com autores portugueses foram publicados em jornais com fatores de impacto inferiores quando comparados com aqueles publicados sem autores portugueses. A oncologia foi a área terapêutica com maior número de ensaios registados e publicados. No entanto, em publicações com autores Portugueses, a indústria focou-se sobretudo na neurologia e os investigadores em gastroenterologia e doenças infeciosas. Ensaios publicados com autores portugueses, iniciados tanto pela indústria como por investigadores, focaram-se em populações diferentes e têm propósitos diferentes. Em ambos os casos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no fator de impacto dos jornais, nem no alinhamento dos ensaios aleatorizados publicados com as normas sobre escrita de artigos científicos.
Discussão: Quando comparado com publicações anteriores, este estudo mostrou uma tendência de crescimento no número de ensaios clínicos em Portugal, sendo publicados em intervalos de tempo semelhantes após a sua conclusão. Embora os ensaios publicados da iniciativa da indústria e de investigadores estejam alinhados com as normas sobre escrita de artigos científicos, o baixo número de autorias nacionais em publicações de ensaios da indústria, sublinha a necessidade de revigorar os ensaios clínicos da iniciativa de investigadores através da capacitação e emancipação das equipas de investigação nacionais.
Conclusão: Apesar de todos os ensaios registados terem o envolvimento de instituições portuguesas como centros de recrutamento, nem todos os ensaios têm autores portugueses nas publicações, principalmente aqueles que são iniciados pela indústria.

Leia aqui o artigo completo (apenas em inglês).

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