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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Com uma prevalência crescente nas últimas décadas, a dermatite atópica tornou-se um problema de saúde global. Foi realizada uma revisão não sistemática com base numa pesquisa bibliográfica direcionada à epidemiologia, fisiopatologia, características clínicas, comorbilidades e tratamento da dermatite atópica. Em resumo, a dermatite atópica é uma patologia cutânea heterogénea associada a morfologia, distribuição e curso da doença variáveis. A sua patogénese é complexa, combinando fatores genéticos e ambientais que condicionam a disfunção da barreira epidérmica, a desregulação imune cutânea e sistémica e a disbiose do microbioma da pele. O diagnóstico baseia-se em critérios clínicos específicos, incluindo história pessoal e familiar de atopia, evolução da doença e manifestações clínicas. A gravidade da doença é determinada através da avaliação dos sinais objetivos e dos sintomas subjetivos. A sua abordagem deve ser progressiva, focada na redução do prurido e no controlo da doença. Os doentes devem ser aconselhados sobre os cuidados básicos a ter e evicção de agressores externos. Em situações de agudização ou lesões crónico-recidivantes, devem ser aplicados anti-inflamatórios tópicos. Na ausência de resposta ou controlo adequado no médio prazo, deve ponderar-se fototerapia, imunossupressores sistémicos ou, mais recentemente, dupilumab. Contudo, o tratamento da dermatite atópica moderada a grave permanece desafiador, sendo urgente o desenvolvimento de novas terapêuticas, eficazes, seguras e direcionadas. Concluindo, apesar de atualmente haver uma melhor compreensão e um maior conhecimento da doença, as investigações futuras deverão continuar a explorar a interação entre fatores genéticos e ambientais e seus efeitos na fisiopatologia e gravidade da doença, bem como nos resultados do tratamento.