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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A utilização significativa das terapêuticas não convencionais, e o facto de estas não serem inócuas, torna imperativo que os médicos as conheçam, de forma a melhor aconselharem os seus doentes. Este estudo visou identificar as atitudes, conhecimentos e perspetivas dos médicos portugueses relativamente às terapêuticas não convencionais.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo observacional, analítico e transversal. Os médicos inscritos na Ordem dos Médicos portuguesa responderam a um questionário com respostas em escala de Likert de cinco pontos, dicotómicas e de escolha múltipla. As respostas às questões sobre crenças/convicções a respeito das terapêuticas não convencionais; aspetos relacionados com as terapêuticas não convencionais aprovadas pela Lei portuguesa; fontes usadas para obtenção de informação relativamente às terapêuticas não convencionais; e perguntas sobre as terapêuticas não convencionais no contexto nacional, foram analisadas com recurso ao SPSS v.27.0. Todas as conclusões foram tomadas ao nível de significância de 5%.
Resultados: Dos 4334 médicos que responderam na íntegra ao questionário, 45,5% não se sentem confortáveis para conversar, argumentar e esclarecer os doentes a respeito das terapêuticas não convencionais. A maioria, 68,6%, considera que a competência em acupuntura da Ordem dos Médicos deveria permanecer disponível. No entanto, 72,4% dos médicos consideram que as terapêuticas não convencionais não deveriam ser incluídas no Serviço Nacional de Saúde.
Conclusão: Os conhecimentos dos médicos portugueses relativamente às terapêuticas não convencionais parecem ser reduzidos, sendo que parte relevante dos inquiridos não se considera preparada para aconselhar os seus doentes.