Caracterização da População Portuguesa com VIH que Iniciou um Regime Baseado em Raltegravir: O Estudo REALITY

Introdução: Apesar de o raltegravir estar disponível desde 2007, os dados na população portuguesa com VIH que iniciou esta terapêutica antirretroviral são escassos. Deste modo, este estudo teve por objetivo caracterizar os doentes que iniciaram um regime terapêutico baseado em raltegravir entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017, relativamente a dados sociodemográficos, características clínicas e satisfação com o tratamento.
Material e Métodos: Estudo observacional, retrospetivo, multicêntrico conduzido em 11 centros de referência. Os dados sociodemográficos e clínicos foram recolhidos retrospetivamente nos processos clínicos. Os participantes que continuaram o regime com raltegravir após a inclusão no estudo preencheram o HIV Treatment Satisfaction Questionnaire para avaliar a satisfação com a terapêutica. Foram efetuadas análises de estatística descritiva e comparações para as variáveis sociodemográficas e clínicas nos subgrupos de doentes naïve de tratamento e de doentes com experiência terapêutica.
Resultados: Foram incluídos 302 doentes, maioritariamente do sexo masculino (69,5%) com idade média de 49 anos. Aproximadamente metade dos doentes tinha pelo menos uma comorbilidade não relacionada com SIDA no início do estudo (53,3%), tais como hipercolesterolemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus ou depressão. Adicionalmente, 52,3% eram doentes com experiência terapêutica com até dois tratamentos anteriores ao raltegravir. Ao longo do estudo verificou-se uma redução na carga viral e uma melhoria nas contagens de CD4 em ambos os subgrupos de doentes (doentes naïve de tratamento e doentes com experiência terapêutica). Os doentes com uso continuado de raltegravir reportaram uma elevada satisfação com o tratamento (55,4 ± 7,2 pontos).
Conclusão: Os regimes terapêuticos baseados em raltegravir parecem ser uma opção terapêutica válida em populações heterogéneas de doentes infetados com VIH, em doentes com experiência em ART e como tratamento de primeira linha, em paralelo com outras terapêuticas de última geração.

Leia aqui o artigo completo (apenas em inglês).

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