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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: Na última década, a restrição das indicações para a profilaxia antibiótica na endocardite infeciosa teve um impacto incerto na incidência desta condição. Uma vez que não existem dados sobre a prática da profilaxia da endocardite infeciosa em Portugal, procurámos caracterizar o padrão de utilização antibiótica para a profilaxia da endocardite infeciosa e a conformidade/sensibilização das orientações científicas entre médicos, membros da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal. Um questionário online de autopreenchimento com 12 itens sobre profilaxia da endocardite infeciosa foi enviado a 1330 médicos, especialistas e internos, sócios da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Foi realizada uma análise estatística descritiva.
Resultados: Foram validados 253 questionários respondidos. Oitenta e sete por cento dos inquiridos eram cardiologistas (especialistas ou internos), a maioria entre os 30 e os 40 anos (26,7%) e os 50 e 80 anos (44,3%). A maior parte (83,0%) segue as orientações científicas europeias. Ainda assim, 61,0% admitiu ter ou poder ter dúvidas sobre a profilaxia da endocardite infeciosa em determinados doentes. Verificou-se uma adesão variável às orientações científicas. A necessidade de mais evidência científica foi defendida por 60,6% dos respondedores.
Conclusão: Entre médicos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a profilaxia da endocardite infeciosa foi geralmente orientada pelas orientações científicas europeias. Existiu, no entanto, uma evidente discrepância entre as orientações e a perceção do risco de endocardite infeciosa na prática clínica. Isto reforça a necessidade de acesso a dados científicos mais robustos.
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