Consenso Português para a Identificação Precoce de Esclerose Múltipla Secundária Progressiva: Painel Delphi

Introdução: A esclerose múltipla é uma doença de evolução heterogénea. A identificação precoce da forma secundária progressiva é um desafio clínico, carecendo da definição de biomarcadores e ferramentas de diagnóstico aplicáveis na fase de transição da forma surto-remissão para a forma secundária progressiva. Este trabalho teve como objetivo estabelecer um consenso nacional português sobre a monitorização dos doentes e das variáveis clínicas mais relevantes para a identificação precoce da progressão da esclerose múltipla.
Material e Métodos: Um painel Delphi constituído por 11 neurologistas portugueses respondeu a duas rondas de perguntas entre julho e agosto de 2021. Na primeira ronda foram incluídas 39 questões relacionadas com a avaliação funcional, cognitiva, imagiológica, de biomarcadores e outras, e na segunda, as questões para as quais não foi atingido consenso (menos de 80% de concordância) na primeira ronda voltaram a ser submetidas a avaliação pelo painel.
Resultados: A taxa de resposta foi de 100% em ambas as rondas e 33 das 39 questões (84,6%) atingiram concordância. Foi atingido consenso relativamente ao tempo de monitorização dos doentes, às escalas de avaliação a empregar e a variáveis clínicas tais como o grau de atrofia cerebral ou redução da mobilidade, cuja alteração é sugestiva de esclerose múltipla secundária progressiva. Adicionalmente, os dispositivos digitais foram considerados ferramentas com potencial para identificar a progressão da doença. A maioria das questões para as quais não foi obtido consenso dizem respeito à avaliação cognitiva, estando as restantes inseridas nos domínios funcional e imagiológico.
Conclusão: Foi obtido consenso para a determinação do intervalo de monitorização e para a maioria das variáveis clínicas. A maioria das questões sem consenso estavam relacionadas com a confirmação do diagnóstico de progressão tendo em conta apenas um teste/domínio, realçando a natureza multifatorial da esclerose múltipla.

Clique aqui para aceder ao artigo completo (apenas em inglês).

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização.