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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A disfagia é uma condição prevalente (20%), mais frequente nas mulheres e nos idosos, que tem um marcado impacto negativo na qualidade de vida pessoal e profissional dos afetados. Os resultados reportados pelo doente (patient-reported outcomes) permitem quantificar a sua experiência perante a disfagia e avaliar o impacto real na qualidade de vida. Entre as escalas disponíveis, a Patient-Reported Outcomes Measurement Information System Gastrointestinal (PROMIS GI) Disrupted Swallowing destaca-se por ser um instrumento robusto e aplicável independentemente do tipo e causa de disfagia. Neste estudo os autores procedem à tradução, adaptação cultural e validação da escala PROMIS GI Disrupted Swallowing na população de língua portuguesa.
Material e Métodos: Numa primeira fase, os sete itens da escala foram traduzidos e revistos transculturalmente de acordo com o método sistemático proposto pelo Functional Assessment of Chronic Illness Therapy (FACIT). A versão pré-teste do questionário foi aplicada a uma amostra de conveniência (n = 6) para avaliação semântica, para deteção e correção subsequente de possíveis problemas na tradução. A versão final traduzida e certificada foi aplicada a 200 indivíduos adultos voluntários (n = 123 saudáveis; n = 77 disfagia) em Portugal, para avaliação da confiabilidade e validade.
Resultados: A versão portuguesa da escala PROMIS GI Disrupted Swallowing apresenta uma consistência interna aceitável (coeficiente α de Cronbach de 0,919) e uma confiabilidade teste-reteste adequada (coeficiente de correlação intraclasse de 0,941). A versão traduzida da escala apresentou uma correlação forte com o score de Eckardt (p < 0,01; ρ = 0,782) e com o questionário de qualidade de vida EuroQol-5D (EQ-5D) (p < 0,01; ρ = -0,551), evidenciado validade convergente.
Conclusão: A escala PROMIS – Sintomas Gastrointestinais - Dificuldade em Engolir apresentou equivalência conceptual, semântica, cultural e de medição relativamente à escala original. Os resultados obtidos demonstraram que a versão portuguesa desta escala aparenta ser fiável e válida para aplicação tanto na prática clínica como em contexto de investigação.
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