REDES SOCIAIS
Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: Existem barreiras que desencorajam os profissionais de saúde de realizarem investigação, nomeadamente financiamento insuficiente, falta de tempo, questões organizacionais e falta de apoio técnico. A promoção da investigação organiza-se em três níveis: as características do investigador, o ambiente e o âmbito organizacional. Contudo, até à data, não existem estudos sobre esta temática em Portugal. O objetivo deste estudo foi identificar quais as melhores práticas para promoção da investigação nos Cuidados Primários em Portugal.
Métodos: Conduzimos um estudo qualitativo com entrevistas semiestruturadas a médicos de família com experiência reconhecida em investigação e outros decisores. Selecionámos uma amostra por conveniência e em bola de neve. Dos 14 participantes convidados via e-mail, 12 responderam afirmativamente. Posteriormente, incluímos outros dois decisores. Conduzimos as entrevistas em formato presencial e virtual. Dois investigadores procederam à codificação das entrevistas de forma independente. Mantivemos as entrevistas e respetivas transcrições confidenciais.
Resultados: Identificámos 16 estratégias: 1) reforço do apoio institucional; 2) criação de estruturas de suporte à investigação; 3) revisão do programa de internato médico; 4) mais oportunidades de treino em investigação; 5) redefinição da avaliação curricular dos profissionais; 6) tempo protegido para a investigação; 7) aumento do financiamento; 8) melhoria do acesso aos dados para investigação; 9) perfil de liderança em investigação; 10) estabelecimento
de uma cultura de investigação; 11) trabalho em equipa; 12) criação de grupos de investigação formalmente organizados; 13) criação de centros de investigação autónomos; 14) melhoria das questões de investigação e desenho de estudo; 15) revisão dos procedimentos relacionados com a Comissão de Ética; e 16) revisão da seleção de artigos para publicação.
Conclusão: Uma proporção considerável de entrevistados considerou como estratégias mais relevantes para a promoção da investigação: o apoio institucional, incluindo o apoio técnico-científico de instituições públicas, entidades privadas e Academia; a reorganização do horário de trabalho com tempo protegido para investigação; o aumento do financiamento dirigido à investigação e a quebra do isolamento dos investigadores, promovendo o trabalho de equipa com profissionais da mesma área ou de diferentes contextos profissionais.
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