REDES SOCIAIS
Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: Os rastreios reduzem a morbilidade e mortalidade associadas ao cancro. O objetivo deste estudo foi analisar os níveis de participação em rastreios oncológicos de base populacional em Portugal, e respetivas desigualdades.
Métodos: Os dados provêm do Inquérito Nacional de Saúde 2019. As variáveis utilizadas são: mamografia, citologia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Calculámos prevalências e índices de concentração ao nível nacional e regional. Analisámos a participação ‘devida’ (idade/intervalo recomendados), ‘insuficiente’ (nunca ou em atraso), ‘excessiva’ (frequência superior à recomendada ou em idade não recomendada).
Resultados: A participação ‘devida’ atingiu 81,1%, 72% e 40%, enquanto a participação ‘insuficiente-nunca’ atingiu 3,4%, 15,7% e 39,9% para cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro colorretal, respetivamente. A prevalência de participação ‘excessiva’ foi mais alta no cancro do colo do útero; relativamente ao cancro da mama, um terço das mulheres mais novas e um quarto das mulheres mais velhas fez mamografia. Este ‘excesso’ está concentrado nas mulheres com rendimento mais elevado. A participação ‘insuficiente-nunca’ está concentrada nos indivíduos com rendimentos mais baixos no cancro do colo do útero e nos rendimentos mais altos no colorretal. Acima da idade recomendada, 50% dos indivíduos nunca rastrearam para cancro colorretal e 41% das mulheres nunca o fizeram para cancro do colo do útero.
Conclusão: No rastreio do cancro da mama, no geral, a participação foi elevada e as desigualdades foram reduzidas. No cancro colorretal, a prioridade deve ser aumentar a participação no rastreio.
Clique aqui para aceder ao artigo completo (apenas em inglês).