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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: A perceção que os pais têm do peso dos filhos pode influenciar a adoção de comportamentos saudáveis. O objetivo deste trabalho foi observar a perceção que os pais têm do peso dos filhos em dois períodos (2009 - 2010 e 2016 - 2017) e em vários subgrupos da população.
Métodos: Os dados foram recolhidos no âmbito de dois projetos nacionais (2009 - 2010: n = 6577; 2016 - 2017: n = 7594), em infantários e escolas primárias, públicas e privadas, em Portugal continental (crianças entre os três e os 10 anos). Através de um questionário, os pais descreveram os filhos em relação ao peso atual: 1) muito magro, 2) magro, 3) normal, 4) com algum peso a mais, ou 5) com muito peso em excesso. A altura e o peso das crianças foram recolhidos objetivamente e os pontos de corte da International Obesity Task Force foram usados para classificar o estado nutricional da criança. A acuidade da perceção parental foi calculada de acordo com o sexo, a idade, e o peso da criança, assim como com o peso dos pais; as diferenças entre os dois períodos foram registadas.
Resultados: No geral, a acuidade da perceção que os pais têm do peso dos filhos foi maior em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010, independentemente do sexo e idade da criança, e do estado nutricional e nível educacional dos pais (65,7% e 60,5%, respetivamente). No entanto, a perceção de obesidade nas crianças foi cerca de 50% mais baixa em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010.
Conclusão: Este estudo mostrou uma acuidade da perceção do peso maior em 2016 - 2017 do que em 2009 - 2010, contudo, o contrário verificou-se em crianças com obesidade. São necessárias estratégias para ajudar os pais a melhorarem a perceção do peso adequado para os seus filhos.
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