Hospitalizações por Perturbação Esquizofreniforme: Uma Análise Clínica e Demográfica de uma Base de Dados Nacional

Introdução: A perturbação esquizofreniforme manifesta-se com sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, mas distingue-se desta pela sua duração mais curta, que varia entre um e seis meses. O objetivo deste estudo foi descrever e analisar as hospitalizações por perturbação esquizofreniforme numa base de dados nacional de internamentos.
Métodos: Planeámos um estudo retrospetivo, utilizando uma base de dados de hospitalizações a nível nacional, contendo todos os internamentos registados em hospitais públicos de Portugal Continental entre 2008 e 2015. As hospitalizações com diagnóstico primário de perturbação esquizofreniforme foram selecionadas com base no código de diagnóstico 295.4x da Classificação Internacional de Doenças versão 9, Modificação Clínica (CID-9-CM). Foram obtidos dados relativos à data de nascimento, ao sexo, à zona de residência, aos diagnósticos, à duração do internamento (length of stay), ao estado de alta e às despesas hospitalares. As comorbilidades foram analisadas com recurso à pontuação do índice de Charlson. Foram efetuados testes t para amostras independentes para avaliar diferenças em variáveis contínuas com distribuição normal e testes Mann-Whitney-U quando esta distribuição não foi registada.
Resultados: Nos hospitais públicos de Portugal Continental, ocorreu um total de 594 internamentos com o diagnóstico primário de perturbação esquizofreniforme durante o período de oito anos selecionado. A maioria, 72,1% (n = 428), estava associada a doentes do sexo masculino. A idade média de admissão foi de 34,34 anos nos homens e de 40,19 anos nas mulheres. A mediana do length of stay foi de 17,00 dias e a mortalidade intra-hospitalar foi de 0,5% (n = 3). Apenas 6,1% (n = 36) dos episódios de internamento tinham uma ou mais comorbilidades registadas. Foram documentados 41 reinternamentos.
Conclusão: As hospitalizações com o diagnóstico principal de perturbação esquizofreniforme ocorrem mais frequentemente em doentes jovens do sexo masculino. Tanto quanto é do conhecimento dos autores, este é o primeiro estudo de âmbito nacional que analisa todos os internamentos por este diagnóstico em Portugal.

Clique aqui para aceder ao artigo completo (apenas em inglês).

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização.