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Revista Científica da Ordem dos Médicos
Introdução: Estimar a prevalência da exposição ao fumo ambiental de tabaco (FAT) é uma prioridade de saúde pública, permitindo avaliar a carga de doença atribuível na população e o impacto da lei de proibição de fumar. Realizou-se uma revisão sistemática para analisar como tem sido avaliada a exposição ao FAT; e como tem sido estimada a sua prevalência na população portuguesa, desde a implementação da proibição parcial de fumar em 2008.
Métodos: Foi feita uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Web of Science, MEDLINE e Embase até novembro de 2022, aplicando uma estratégia de pesquisa pré-concebida e seguindo as diretrizes PRISMA 2020. A pesquisa não foi restringida por período de estudo, desenho do estudo, tamanho da amostra ou idioma, e foi complementada por uma pesquisa manual da literatura. Foi utilizada a escala de Newcastle-Ottawa modificada para avaliar a qualidade dos estudos.
Resultados: Foram incluídos 13 estudos transversais. A prevalência da exposição ao FAT nos três estudos europeus variou entre 8,2% (população adulta exposta em casa em 2010) e 93,3% (população adolescente/adulta exposta em esplanadas de bares/restaurantes em 2016). Três estudos nacionais estimaram a exposição das crianças em casa: variando entre 32,6% em 2010 - 2011 e 14,4% em 2016. De acordo com os estudos mais recentes, 49,8% das mulheres residentes no Porto foram expostas ao FAT durante o terceiro trimestre de gravidez em 2010 - 2011; 32,6% e 38,4% das crianças foram expostas ao FAT em casa, respetivamente em Lisboa e nos Açores.
Conclusão: Uma percentagem significativa da população portuguesa, em particular as crianças e as mulheres grávidas, continua exposta ao fumo ambiental do tabaco. É necessária uma política abrangente de proibição de fumar, não só em locais públicos exteriores, mas também em locais interiores privados.
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