Distribuição de Género em Cargos de Liderança na Área Médica em Portugal: O Exemplo das Candidaturas aos Órgãos da Ordem dos Médicos 2017-2019

Autores

  • Miguel Cabral Unidade de Saúde Pública António Luz. Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora. Damaia. World Health Organization Collaborating Centre for Health Policy, Governance and Leadership in Europe. Università Cattolica del Sacro Cuore. Rome. Italy.
  • Margarida Paixão Unidade de Saúde Pública António Luz. Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora. Damaia.
  • Andreia Leite Unidade de Saúde Pública António Luz. Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora. Damaia. Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa https://orcid.org/0000-0003-0843-0630

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.12955

Palavras-chave:

Identidade de Género, Liderança, Portugal, Sexismo, Sociedades Médicas

Resumo

Introdução: A igualdade de género constitui um dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Uma manifestação de desigualdade de género é a baixa participação de mulheres em cargos de liderança. Em Portugal, são escassos os estudos sobre a desigualdade de género na liderança na área médica. Assim, o presente trabalho pretendeu analisar a distribuição de género em candidaturas aos órgãos regionais da Ordem dos Médicos.
Material e Métodos: Foram extraídos da Revista da Ordem dos Médicos (número 175) os dados dos candidatos aos órgãos regionais da Ordem dos Médicos (mandato de 2017 - 2019). Obtiveram-se as percentagens de mulheres candidatas, globalmente, por lista, regiões e cargos. Calcularam-se razões observado-versus-esperado por secção regional e intervalos de confiança a 95% assumindo uma distribuição de Poisson. Foi realizada análise de sensibilidade, excluindo os candidatos a suplentes.
Resultados: Trinta e sete por cento dos candidatos eram médicas (variação por região: 29% - 51%). A nível nacional a razão observado-versus-esperado foi de 0,74 (intervalo confiança a 95%: 0,58; 0,92), principalmente influenciada pela razão da região Sul de 0,58 (intervalo confiança a 95%: 0,41; 0,80). Existiu uma predominância de mulheres nas candidaturas para suplentes e secretário (56% e 54% respetivamente).
Discussão: A diferença entre géneros é particularmente acentuada na região Sul, na frequência e tipo de cargos a que se candidatam. As razões apontadas na literatura relacionam-se com a maternidade, o papel social da mulher e perceções sobre o desempenho dos cargos de lideraça. Este estudo é limitado à análise de um tipo de liderança e um momento eleitoral, sendo necessárias análises mais abrangentes.
Conclusão: Houve menor participação do que o expectável por parte das médicas no processo eleitoral da Ordem dos Médicos. Quando participam, as mulheres tendem a fazê-lo em cargos de menor relevância ou com menos potencial para eleição (secretário ou suplente). É necessário aprofundar o estudo e introduzir medidas de combate à desigualdade de género em cargos de liderança.

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Publicado

2021-05-02

Como Citar

1.
Cabral M, Paixão M, Leite A. Distribuição de Género em Cargos de Liderança na Área Médica em Portugal: O Exemplo das Candidaturas aos Órgãos da Ordem dos Médicos 2017-2019. Acta Med Port [Internet]. 2 de Maio de 2021 [citado 30 de Junho de 2024];34(5):342-6. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/12955

Edição

Secção

Original