Avaliação Ecográfica da Disfunção Diafragmática Induzida pelo Ventilador em Idade Pediátrica

Autores

  • Maria Teresa Dionisio Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos. Hospital Pediátrico de Coimbra. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Armanda Rebelo Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra.
  • Carla Pinto Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos. Hospital Pediátrico de Coimbra. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra.
  • Leonor Carvalho Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos. Hospital Pediátrico de Coimbra. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • José Farela Neves Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos. Hospital Pediátrico de Coimbra. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.10830

Palavras-chave:

Criança, Diafragma/ultrassonografia, Respiração Artificial/efeitos adversos, Ultrassonografia

Resumo

Introdução: A ventilação mecânica invasiva condiciona disfunção diafragmática, atrasando a extubação e aumentando a mortalidade em adultos. Em pediatria, apesar de eventualmente mais relevante, essa disfunção não é sistematicamente avaliada. A ecografia diafragmática tem sido proposta como uma técnica não invasiva e segura para esse fim. O objetivo deste estudo foi descrever a evolução dos índices ecográficos de morfologia e função diafragmáticas em crianças ventiladas.
Material e Métodos: Estudo exploratório, prospetivo. Foram incluídas crianças admitidas num Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos sob ventilação mecânica invasiva > 48 horas e realizadas medições ecográficas de espessura, excursão e fração de espessamento diafragmáticas.
Resultados: Foram incluídos 17 casos. Mediana de idades: 42 meses. Eram do género masculino 10/17, tinham comorbilidades 7/17 e manifestavam desnutrição na admissão 3/17 casos. Mediana do tempo sob ventilação invasiva: sete dias. Medianas das espessuras diafragmáticas inicial e mínima: 2,3 e 1,9 mm, respetivamente, tendo-se observado uma diminuição mediana da espessura de 13% sob volume controlado regulado por pressão. Observou-se atrofia diafragmática em 14/17 casos. Verificaram-se diferenças na mediana da variação da espessura entre os grupos com e sem sépsis (0,70 vs 0,25 mm; p = 0,019). Durante a ventilação em pressão de suporte, observou-se uma tendência para aumento da espessura e excursão diafragmáticas. Ocorreu falência de extubação para
fração de espessamento ≤ 35%.
Discussão: Sob volume controlado regulado por pressão verificou-se tendência para diminuição da espessura diafragmática. Sob pressão de suporte, verificou-se uma tendência para o seu aumento. Estes resultados sugerem que, titulando a ventilação, podemos reduzir as alterações morfológicas diafragmáticas associadas à ventilação.
Conclusão: O reconhecimento precoce de alterações diafragmáticas poderá fomentar uma abordagem dirigida, de forma a limitar a disfunção diafragmática induzida pelo ventilador e suas repercussões.

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Publicado

2019-08-01

Como Citar

1.
Dionisio MT, Rebelo A, Pinto C, Carvalho L, Neves JF. Avaliação Ecográfica da Disfunção Diafragmática Induzida pelo Ventilador em Idade Pediátrica. Acta Med Port [Internet]. 1 de Agosto de 2019 [citado 18 de Julho de 2024];32(7-8):520-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10830

Edição

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