Dor Crónica Pós-Hernioplastia Inguinal em Regime de Ambulatório: Estudo de Coorte Retrospetivo

Autores

  • Patrícia Oliveira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Ana Duarte Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • André Guimarães Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Armindo Fernandes Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Catarina Ferreira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Diana Amorim Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Filipa Gouveia Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Joana Almeida Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Madalena Braga Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Mariana Oliveira Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Mónica Durães Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Rita Pichel Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • José Romão Unidade da Dor. Serviço de Anestesiologia. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar do Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9381

Palavras-chave:

Dor Crónica, Dor Pós-Operatória, Hérnia Inguinal/cirurgia, Hernioplastia, Procedimentos Cirúrgicos Ambulatórios

Resumo

Introdução: A dor crónica pós-cirúrgica é a complicação tardia mais frequente da cirurgia de reparação de hérnia inguinal. Este trabalho visa determinar a incidência de dor crónica pós-hernioplastia inguinal em ambulatório no Centro Hospitalar do Porto, estudar a sua relação com determinadas variáveis descritas na literatura, avaliar as suas características e interferência funcional.
Material e Métodos: Realizámos um estudo de coorte retrospetivo, entre fevereiro e maio de 2016, por entrevista telefónica estruturada composta por perguntas dos autores e secções de três questionários publicados, dois dos quais validados para a língua e cultura portuguesas. Incluímos os homens submetidos a hernioplastia inguinal, por laparotomia ou laparoscopia, em ambulatório, no Centro Hospitalar do Porto, entre janeiro de 2011 e outubro de 2015.
Resultados: Na amostra final de 829 hernioplastias, a incidência de dor crónica pós-hernioplastia foi de 24,0% [intervalo de confiança: 21,2 - 27,1]. O desenvolvimento de dor crónica foi superior nos doentes com dor pré-cirúrgica, nos doentes mais jovens e relacionou-se com o momento de início da dor pós-cirúrgica. Não encontrámos relação com a via de abordagem, clássica ou laparoscópica. Dos indivíduos com dor crónica, 65,0% apresentaram dor ‘em média’ moderada ou forte e 37,7% apresentavam descritores sugestivos de dor de origem neuropática. A dor crónica pós-hernioplastia do ponto de vista funcional apenas ‘não interferiu completamente’ com o sono.
Discussão: A prevalência encontrada de dor crónica pós-hernioplastia, com interferência funcional importante, é congruente com os dados disponíveis na literatura. O potencial preditor da presença de dor pré-cirúrgica e idade jovem do doente para o desenvolvimento de dor crónica pós-hernioplastia é também corroborado pela literatura. Tratando-se de um estudo de coorte retrospetivo, o estudo apresenta as limitações inerentes.
Conclusão: A elevada prevalência de dor crónica pós-hernioplastia encontrada apontam para a urgência na sensibilização dos profissionais de saúde para esta problemática e otimização do follow-up, diagnóstico e tratamento da dor.

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Publicado

2018-11-30

Como Citar

1.
Oliveira P, Duarte A, Guimarães A, Fernandes A, Ferreira C, Amorim D, Gouveia F, Almeida J, Braga M, Oliveira M, Durães M, Pichel R, Romão J. Dor Crónica Pós-Hernioplastia Inguinal em Regime de Ambulatório: Estudo de Coorte Retrospetivo. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2018 [citado 17 de Julho de 2024];31(11):624-32. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9381

Edição

Secção

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