A evolução do consumo de antibióticos em ambulatório em Portugal continental 2000-2009

Autores

  • Isabel Ramalhinho Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve. Faro. Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Mafalda Ribeirinho INFARMED, Autoridade Nacional do Medicamento e de Produtos de Saúde. Lisboa. Portugal
  • Isaura Vieira INFARMED, Autoridade Nacional do Medicamento e de Produtos de Saúde. Lisboa. Portugal
  • Jose Cabrita Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.1

Resumo

Introdução: Nos últimos anos o aumento da resistência a antibióticos tornou-se um importante problema de Saúde Pública. A origem da resistência a agentes antimicrobianos é multifactorial, contudo vários estudos têm evidenciado que o elevado consumo de antibióticos para fins terapêuticos e profilácticos, e particularmente o seu uso inadequado, é um dos factores que mais contribui para este problema.

Objectivo: Caracterizar a evolução do consumo de antibióticos no País, Regiões de Saúde e Distritos do Continente Português, de 2000 a 2009.

Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional descritivo utilizando como fonte de informação uma base de dados de dispensa de antibióticos em ambulatório fornecida pelo INFARMED, Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. O consumo de antibióticos é estimado a partir da prescrição médica e é expresso em DDD/1000 habitantes/dia (DHD).

Resultados: O consumo total de antibióticos no período 2000-2009 variou entre 24,12 DHD e 22,03 DHD, o que corresponde a um decréscimo de 8,65%. O uso das tetraciclinas (J01A), cefalosporinas (J01D), sulfonamidas (J01E), quinolonas (J01M) e outros antibacterianos (J01B, J01G e J01X) diminuiu no período referido. Contrariamente, verificou-se um acréscimo no uso das penicilinas com associação de inibidor das beta-lactamases (J01CR), e dos macrólidos (J01F). Salienta-se a grande redução, do uso de cefalosporinas entre 2000 e 2009 (-43,50%) em ambulatório e também o decréscimo no consumo de quinolonas (-15,31%).

Conclusões: Apesar de se ter verificado uma redução no uso dos antibióticos em Portugal, o país continua a apresentar um valor elevado no consumo destes medicamentos. Este estudo fornece informação que poderá ser útil às Administrações Regionais de Saúde para desenvolver actividades educativas, quer junto da população quer junto dos profissionais de saúde, no sentido de promover o uso racional dos antibióticos.

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Publicado

2012-05-25

Como Citar

1.
Ramalhinho I, Ribeirinho M, Vieira I, Cabrita J. A evolução do consumo de antibióticos em ambulatório em Portugal continental 2000-2009. Acta Med Port [Internet]. 25 de Maio de 2012 [citado 23 de Novembro de 2024];25(1):20-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/1