Abordagem aos Doentes com Intolerância às Estatinas: Revisão Baseada na Evidência

Autores

  • Joana Tendais Almeida Departamento de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Almeirim. Agrupamento dos Centros de Saúde Lezíria. Santarém.
  • Ana Luísa Esteves Departamento de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Vale do Arunca. Agrupamento dos Centros de Saúde do Pinhal Litoral. Leiria.
  • Filipa Martins Departamento de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Saúde Familiar Serpa Pinto. Agrupamento dos Centros de Saúde do Porto Ocidental. Porto.
  • Isabel Palma Serviço de Endocrinologia. Centro Hospitalar do Porto. Porto. Departamento de Endocrinologia. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.10376

Palavras-chave:

Dislipidemia/tratamento, Doenças Cardiovasculares/prevenção e controlo, Inibidores de Hidroximetilglutaril-CoA Redutases/efeitos adversos

Resumo

Introdução: As estatinas são dos fármacos mais eficazes na redução dos níveis de colesterol e, consequentemente, da morbimortalidade cardiovascular. Apesar de globalmente bem toleradas, têm efeitos secundários que podem condicionar a adesão dos doentes à terapêutica. O objetivo desta revisão é sintetizar a evidência existente acerca da eficácia das estratégias alternativas de abordagem da dislipidemia nos doentes intolerantes às estatinas.
Material e Métodos: Realizámos uma pesquisa bibliográfica de normas de orientação clínica, revisões sistemáticas e meta-análises em janeiro de 2017, nas principais bases de dados internacionais, tendo sido considerados os artigos publicados nos últimos 10 anos, e ainda de artigos originais na base de dados PubMed publicados nos últimos três anos. O nível de evidência e força de recomendação foram determinados utilizando a escala de Strenght of Recommendation Taxonomy - SORT.
Resultados: Incluímos oito normas de orientação clínica, seis revisões sistemáticas e um artigo original.
Discussão: A abordagem ao doente intolerante às estatinas varia conforme a gravidade dos sintomas e inclui a manutenção da terapêutica com estatina (redução da dose, introdução de uma estatina de igual ou menor intensidade ou toma em dias alternados), a terapêutica com outros fármacos hipolipemiantes (ezetimiba em monoterapia ou associação com estatina em dose tolerada). A suplementação com coenzima Q10 ou com vitamina D, para melhorar a adesão ao tratamento com estatinas, está desaconselhada.
Conclusão: Apesar de apontarmos algumas estratégias de abordagem à intolerância às estatinas, estas baseiam-se maioritariamente em recomendações com evidência fraca a moderada, sendo necessários estudos aleatorizados com maior número de doentes para uma recomendação mais robusta.

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Publicado

2020-01-03

Como Citar

1.
Almeida JT, Esteves AL, Martins F, Palma I. Abordagem aos Doentes com Intolerância às Estatinas: Revisão Baseada na Evidência. Acta Med Port [Internet]. 3 de Janeiro de 2020 [citado 23 de Dezembro de 2024];33(1):49-57. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10376

Edição

Secção

Revisão