Bombas Perfusoras de Baclofeno Intratecal no Tratamento da Espasticidade: Estudo de Coorte Retrospetivo num Centro Português

Autores

  • Pedro Videira Reis Department of Anaesthesiology. Centro Hospitalar São João. Porto. https://orcid.org/0000-0001-5705-0509
  • Catarina Rocha Vieira Unidade de Saúde Familiar Camélias. Vila Nova de Gaia.
  • Ana Cristina Midões Department of Anaesthesiology. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Virginia Rebelo Department of Psychiatry. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Paula Barbosa Department of Anaesthesiology. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Armanda Gomes Department of Anaesthesiology. Centro Hospitalar São João. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.10482

Palavras-chave:

Baclofeno/administração e dosagem, Baclofen/uso terapêutico, Bombas de Infusão Implantáveis, Espasticidade Muscular/tratamento

Resumo

Introdução: A espasticidade é um problema complexo em doentes com distúrbios neurológicos influenciando a sua qualidade de vida. As bombas perfusoras intratecais de baclofeno reduzem a espasticidade com doses baixas e efeitos laterais mínimos, mas não estão livres de complicações. Pretendemos avaliar a eficácia, segurança e satisfação dos doentes com bombas perfusoras intratecais de baclofeno.
Material e Métodos: Estudo de coorte retrospetivo, incluindo todas as bombas perfusoras intratecais de baclofeno colocadas até dezembro de 2015. Foram avaliadas as características demográficas, diagnósticos, data de colocação ou retirada/substituição e complicações das bombas perfusoras intratecais de baclofeno. Analisaram-se as escalas Ashworth, Penn, Katz e satisfação dos doentes.
Resultados: Durante 19 anos colocaram-se 251 bombas perfusoras intratecais de baclofeno em 155 doentes. A idade média foi 41,1 ± 15,8 anos. As patologias mais freqüentes foram: traumatismo (34%), paralisia cerebral (14%), esclerose múltipla (12%) e acidente vascular cerebral (12%). Oitenta e cinco doentes (55%) precisaram de uma segunda e onze (7%) de uma terceira bomba. A semi-vida da primeira bomba foi 72 (36 – 89) e o tempo total de seguimento 96 (9 – 132) meses. As causas de retirada/substituição foram: falha de bateria (57%), migração/kinking do cateter (24%), infeção (14%) e deslocamento/exteriorização da bomba (7%). A taxa de complicações foi 0,21 eventos/mês. Houve uma melhoria significativa nas escalas de Ashworth e Penn após colocação das bombas perfusoras intratecais de baclofeno (p < 0,001 para todos os diagnósticos) e os doentes ficaram satisfeitos com o tratamento.
Discussão: A incidência de complicações situou-se dentro do intervalo reportado por outros estudos internacionais, apesar do longo tempo de seguimento. Número de eventos por mês, perda de seguimento, taxas de re-intervenção ou infecção e mortalidade foram semelhantes a outros estudos.
Conclusão: As bombas perfusoras intratecais de baclofeno são seguras e eficazes no tratamento da espasticidade e oferecem um alto nível de satisfação quanto ao tratamento e qualidade de vida.

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Publicado

2019-12-02

Como Citar

1.
Reis PV, Vieira CR, Midões AC, Rebelo V, Barbosa P, Gomes A. Bombas Perfusoras de Baclofeno Intratecal no Tratamento da Espasticidade: Estudo de Coorte Retrospetivo num Centro Português. Acta Med Port [Internet]. 2 de Dezembro de 2019 [citado 24 de Novembro de 2024];32(12):754-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10482

Edição

Secção

Original