Bombas Perfusoras de Baclofeno Intratecal no Tratamento da Espasticidade: Estudo de Coorte Retrospetivo num Centro Português
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10482Palavras-chave:
Baclofeno/administração e dosagem, Baclofen/uso terapêutico, Bombas de Infusão Implantáveis, Espasticidade Muscular/tratamentoResumo
Introdução: A espasticidade é um problema complexo em doentes com distúrbios neurológicos influenciando a sua qualidade de vida. As bombas perfusoras intratecais de baclofeno reduzem a espasticidade com doses baixas e efeitos laterais mínimos, mas não estão livres de complicações. Pretendemos avaliar a eficácia, segurança e satisfação dos doentes com bombas perfusoras intratecais de baclofeno.
Material e Métodos: Estudo de coorte retrospetivo, incluindo todas as bombas perfusoras intratecais de baclofeno colocadas até dezembro de 2015. Foram avaliadas as características demográficas, diagnósticos, data de colocação ou retirada/substituição e complicações das bombas perfusoras intratecais de baclofeno. Analisaram-se as escalas Ashworth, Penn, Katz e satisfação dos doentes.
Resultados: Durante 19 anos colocaram-se 251 bombas perfusoras intratecais de baclofeno em 155 doentes. A idade média foi 41,1 ± 15,8 anos. As patologias mais freqüentes foram: traumatismo (34%), paralisia cerebral (14%), esclerose múltipla (12%) e acidente vascular cerebral (12%). Oitenta e cinco doentes (55%) precisaram de uma segunda e onze (7%) de uma terceira bomba. A semi-vida da primeira bomba foi 72 (36 – 89) e o tempo total de seguimento 96 (9 – 132) meses. As causas de retirada/substituição foram: falha de bateria (57%), migração/kinking do cateter (24%), infeção (14%) e deslocamento/exteriorização da bomba (7%). A taxa de complicações foi 0,21 eventos/mês. Houve uma melhoria significativa nas escalas de Ashworth e Penn após colocação das bombas perfusoras intratecais de baclofeno (p < 0,001 para todos os diagnósticos) e os doentes ficaram satisfeitos com o tratamento.
Discussão: A incidência de complicações situou-se dentro do intervalo reportado por outros estudos internacionais, apesar do longo tempo de seguimento. Número de eventos por mês, perda de seguimento, taxas de re-intervenção ou infecção e mortalidade foram semelhantes a outros estudos.
Conclusão: As bombas perfusoras intratecais de baclofeno são seguras e eficazes no tratamento da espasticidade e oferecem um alto nível de satisfação quanto ao tratamento e qualidade de vida.
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