Experiência de um Centro Português: Eficácia dos Antivirais de Acção Directa no Tratamento da Hepatite C
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10655Palavras-chave:
Antivirais/uso terapêuttico, Hepatite C Crónica/tratamento, Portugal, Vírus da Hepatite C/efeitos dos fármacosResumo
Introdução: No final de 2014 foi implementado em Portugal um programa nacional para o tratamento de doentes com infecção crónica por vírus da hepatite C com recurso a antivíricos de acção directa. Este programa fez com que Portugal fosse um dos primeiros países europeus a implementar uma medida estruturante para a eliminação da hepatite C. Este estudo tem como objectivo a avaliação da efectividade dos antivíricos de acção directa no tratamento da hepatite C crónica.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo observacional dos doentes seguidos no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2017. O objectivo primário do estudo é avaliar a resposta virológica sustentada a partir das 12 semanas pós tratamento. Analisámos os dados com o programa SPSS 17.0.
Resultados: Durante o período do estudo 820 doentes completaram o tratamento e o tempo necessário para avaliação da resposta virológica sustentada. A resposta virológica sustentada global foi de 97.2% (n = 797), com taxas de resposta de 97,2%, 98,5%, 90,9%, 95,1% e 94,2% para os genótipos 1a, 1b, 2, 3 e 4, respectivamente. Os dados sugerem não haver relação entre a fibrose avançada (F3 / F4), a coinfecção pelo vírus da imunodeficiência humana e a falência do tratamento com interferão e ribavirina e uma menor resposta ao tratamento. A maioria dos doentes (80,1%) concluiu o tratamento com ledipasvir/sofosbuvir ± ribavirina. Os eventos adversos mais frequentes foram a fadiga e a insónia, seguida de dor de cabeça e perda de peso.
Discussão: A população em estudo apresentou maior prevalência de infecção pelo genótipo 1, à semelhança dos restantes países Europeus, contudo a prevalência do genótipo 4 foi superior, reflectindo a imigração africana. A faixa etária (22 - 90 anos) dos doentes tratados reflecte uma nova abordagem sem limite superior de idade. A taxa de RVS obtida, muito superior à obtida com regimes baseados em interferão, foi consistente com os dados dos ensaios clínicos.
Conclusão: Os dados encontrados demonstram que os regimes baseados em antivirais de acção directa, em contexto de vida real, são seguros e eficazes no tratamento de doentes com infecção por vírus da hepatite C.
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