Prescrição Inapropriada em Idosos numa Enfermaria de Medicina Interna
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10683Palavras-chave:
Desprescrições, Idoso, Polimedicação, Portugal, Prescrição InadequadaResumo
Introdução: A polimedicação é observada nos doentes idosos e está associada a um maior risco de reações adversas, efeitos secundários e interações. Os clínicos devem atentos à prescrição inapropriada e à redução da polimedicação.
Material e Métodos: Estudo observacional, longitudinal, retrospetivo e descritivo, realizado numa enfermaria de medicina interna num hospital português. Definimos a polimedicação como o uso de cinco ou mais medicamentos. O objetivo foi descrever a prevalência da polimedicação e a prescrição inapropriada, na admissão e alta, de acordo com as guidelines/algoritmos definidos em deprescribing.org. Admitimos 838 doentes entre janeiro e julho de 2017. Excluímos todos aqueles com idade inferior a 65 anos e óbitos. A medicação dos doentes foi revista a partir da base de dados hospitalar, à admissão e à data de alta. Examinámos se os doentes estavam a tomar anticoagulantes, inibidores da bomba de protões, benzodiazepinas, antipsicóticos e/ou anti hiperglicémicos.
Resultados: Incluímos 483 doentes, com média de idade de 79,2 ± 8,0 anos, e 42% dos quais eram homens. A mediana da medicação à admissão e à alta foi seis. A polimedicação estava presente em mais de 70% dos doentes admitidos. Os inibidores da bomba de protões foram a classe mais inapropriadamente prescrita à data de alta (17,2%).
Discussão: Demonstrámos um uso reduzido de fármacos inapropriados (11,2% - 17,2%) nos idosos, à alta hospitalar, quando comparado com outros estudos.
Conclusão: Demonstrámos que a polimedicação estava presente em mais de 70% dos idosos admitidos. Contudo, a taxa de prescrição inapropriada não afetou significativamente a polimedicação na admissão e na alta, sendo inferior aos dados publicados.
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