Reações Anafiláticas no Serviço de Urgência de um Hospital Terciário Português: Caracterização Clínica e Notificação

Autores

  • Ana Teresa Fróis Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.
  • Teresa Cardoso Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar Universitário do Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.10820

Palavras-chave:

Anafilaxia/epidemiologia, Anafilaxia/etiologia, Serviço de Urgência Hospitalar

Resumo

Introdução: A anafilaxia é significativamente subdiagnosticada e o conhecimento médico acerca da mesma é precário. Pretende-se caracterizar a população de doentes e a abordagem clínica da anafilaxia no Serviço de Urgência.

Material e Métodos: Estudo retrospetivo da população adulta que recorreu ao Serviço de Urgência de um hospital terciário português durante um ano, com anafilaxia. Os dados foram obtidos dos registos clínicos de cada paciente e anonimizados. Um questionário para avaliar conhecimentos sobre notificação de reações anafiláticas foi aplicado aos médicos do Serviço de Urgência.

Resultados: O estudo incluiu 69 doentes. Os sintomas cutâneos (97%) e respiratórios (80%) foram os mais prevalentes; 22% apresentaram-se com choque ou sintomas associados. Não se registaram reações bifásicas ou óbitos. O alergénio provável foi identificado em 73%; maioritariamente foram alimentos; 12% das reações foram com um alergénio previamente conhecido. Adrenalina foi administrada em 15%; 36% foram encaminhados para Imunoalergologia; 10% receberam ou já possuíam adrenalina autoinjetável. Em 70% dos casos, menos de metade dos seis parâmetros das Normas de Orientação Clínica foram cumpridos. Apenas 13% dos médicos sabia que era obrigatório registar todos os casos no Catálogo Português de Alergias e Outras Reações Adversas e apenas 4% sabiam como fazê-lo; relativamente à notificação das reações a fármacos à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., obtiveram-se resultados ligeiramente melhores.

Discussão: Muitos doentes recorrem ao Serviço de Urgência com reações anafiláticas e a sua abordagem não está em concordância com as normas de orientação clínica nacionais.

Conclusão: É necessário implementar ações de formação relativamente à abordagem clínica e notificação da anafilaxia.

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Biografias Autor

Ana Teresa Fróis, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto.

Aluna de Mestrado Integrado em Medicina.

Teresa Cardoso, Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente. Hospital de Santo António. Centro Hospitalar Universitário do Porto. Porto.

Consultant at the Polyvalent Intensive Care Unit of Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto; Associated Professor at Institute of Biomedical Sciences Abel Salazar of University of Porto, Portugal.

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Publicado

2019-02-28

Como Citar

1.
Fróis AT, Cardoso T. Reações Anafiláticas no Serviço de Urgência de um Hospital Terciário Português: Caracterização Clínica e Notificação. Acta Med Port [Internet]. 28 de Fevereiro de 2019 [citado 17 de Julho de 2024];32(2):91-100. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10820

Edição

Secção

Original AMP Student