Impacto Global da Doença Arterial Obstrutiva Periférica em Portugal: Estudo num Período de Oito Anos
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10822Palavras-chave:
Arteriopatias Oclusivas/epidemiologia, Doenças Vasculares Periféricas/epidemiologiaResumo
Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica tem um importante impacto a nível de morbi/mortalidade. O objetivo deste trabalho é quantificar o impacto desta doença em Portugal, ao longo dos últimos oito anos, expresso pelo volume de internamento, tratamento e pela morbi-mortalidade respetiva.
Material e Métodos: Foram analisados os registos de internamento no Serviço Nacional de Saúde entre 2009 e 2016 da base de dados dos grupos de diagnósticos homogéneos utilizando os códigos 9th revision of the International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-9) de diagnóstico e procedimentos. Verificámos o número de casos em cada ano por estadio de doença, dados demográficos, fatores de risco, tratamento e morbi-mortalidade.
Resultados: No período de estudo a doença arterial periférica conduziu a 27 684 internamentos o que correspondeu a cerca de 26,7 % do total de internamentos por patologia vascular neste período. Cerca de 49,9 % dos doentes foram admitidos em contexto de urgência. Os procedimentos em doentes claudicantes diminuíram ao longo dos oito anos ao contrário dos doentes com isquémia crítica em que os procedimentos aumentaram.
Discussão: A idade e a presença de fatores de risco cardiovasculares têm sido associadas à gravidade da doença, tal como na nossa série. A mortalidade hospitalar global varia, sendo mais significativa nos doentes com doença mais avançada.
Conclusão: A doença arterial periférica é uma patologia com importante representação no internamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Há ainda um importante volume de doentes admitidos no contexto de urgência o que sugere eventual falta de reconhecimento/referenciação atempada por parte dos cuidados saúde primários, devendo mais esforços ser realizados no sentido de aumentar a interação entre os cuidados de saúde primários e os hospitais terciários.
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