Perfil de Sensibilidade aos Antibióticos na Infeção Urinária em Ambulatório no Distrito de Coimbra: Um Estudo Transversal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10862Palavras-chave:
Antibacterianos/uso terapêutico, Farmacorresistência Bacteriana Múltipla, Infecções Urinárias, PortugalResumo
Introdução: As infeções do trato urinário são muito frequentes na comunidade. É essencial conhecer o padrão de sensibilidade aos antibióticos para uma terapêutica empírica racional. O objetivo deste estudo é determinar a prevalência e o perfil de suscetibilidade aos antibióticos dos microrganismos implicados em infeções urinárias a nível dos cuidados primários de saúde, no distrito de Coimbra.
Material e Métodos: Neste estudo observacional e transversal, analisámos 7134 uroculturas positivas de laboratórios de ambulatório do distrito de Coimbra, no período de um ano. Na maioria dos casos, a urocultura positiva foi definida por um limiar de 105 unidades
formadoras de colónias por mililitro e executada através do sistema automatizado VITEK® 2, da bioMérieux. Usámos estatística descritiva e inferencial para determinar a prevalência e a sensibilidade aos antibióticos dos microrganismos e averiguar a relação destas com o sexo e com a idade.
Resultados: Do total de uroculturas positivas, 83,4% pertencia ao sexo feminino e 41,0% pertencia à população acima dos 75 anos. A Escherichia coli foi o microrganismo mais frequente (63,9%), mas a sua prevalência foi inferior (p < 0,001) no sexo masculino e acima dos 75 anos. A sua sensibilidade à fosfomicina e à nitrofurantoína foi superior a 95% e à ciprofloxacina e ao cotrimoxazol foi inferior a 80%. As resistências foram mais frequentes (p < 0,001) no sexo masculino e nos mais idosos.
Discussão: A Escherichia coli foi o microrganismo mais frequente, verificando-se menores percentagens de resistência desta à fosfomicina e à nitrofurantoína. A sensibilidade aos antibióticos foi menor em idades mais avançadas e também no sexo masculino (p < 0,001), populações onde a antibioterapia empírica pode ter maior risco de insucesso.
Conclusão: Recomendamos a monitorização periódica do perfil de sensibilidade aos antibióticos, para eficaz informação aos médicos que têm de proceder a terapêutica empírica deste tipo de infeções, bem como a uniformização das técnicas de identificação das estirpes bacterianas e dos conjuntos de antibióticos a serem testados nos antibiogramas.
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