Fatores de Risco, Tempo de Internamento e Mortalidade Intra-Hospitalar de Infeções por Staphylococcus aureus Resistentes à Meticilina: Um Estudo Caso-Controlo
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.10952Palavras-chave:
Factores de Risco, Infecções Estafilocócicas, Mortalidade Hospitalar, Portugal, Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina, Tempo de InternamentoResumo
Introdução: A emergência de estirpes de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina constitui um sério desafio terapêutico na prestação de cuidados de saúde. Com esta investigação, pretendeu-se estudar os fatores de risco e os resultados clínicos (mortalidade e tempo de internamento) associados a infeções por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina em doentes internados numa unidade hospitalar em Portugal.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo caso-controlo. Integraram o estudo 96 casos e 122 controlos, selecionados, respetivamente, em função da resistência ou sensibilidade antibiótica à meticilina. Os dados obtidos, por consulta de registos clínicos, foram alvo de análise estatística multivariada.
Resultados: Identificaram-se os seguintes fatores de risco independentes para desenvolvimento de infeção por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina: cateter urinário (aOR = 10,62, IC 95% 3,66 – 30,78), antibioterapia nos últimos 30 dias (aOR = 5,60, IC 95% 2,15 – 14,62), exposição a cinco a sete dias de internamento (aOR = 4,99, IC 95% 1,20 – 20,79) ou a oito ou mais dias (aOR = 5,34, IC 95% 1,18 – 24,22), doença pulmonar obstrutiva crónica (aOR = 4,27, IC 95% 1,64 – 11,13) e internamento hospitalar recente (aOR = 2,66, IC 95% 1,14 – 6,23). Comparativamente a infeções por Staphylococcus aureus sensíveis à meticilina, constatou-se uma probabilidade acrescida de prolongamento do internamento (aHR = 1,74, IC 95% 1,11 – 2,71) e uma mortalidade intra-hospitalar significativamente superior (p = 0,001) em doentes infetados por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina.
Discussão: Os resultados demonstram que a resistência à meticilina se encontra associada a um risco clínico acrescido para os doentes infetados por Staphylococcus aureus, com tradução no aumento da mortalidade e no prolongamento do tempo de internamento.
Conclusão: Este estudo salienta a sobrecarga adicional associada à resistência à meticilina em infeções por Staphylococcus aureus. Urge, portanto, reforçar e optimizar estratégias de controlo, prevenção, deteção atempada e tratamento efetivo de estirpes multirresistentes de Staphylococcus aureus.
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