Doença Metabólica Óssea da Prematuridade em Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso: Estudo Observacional Retrospetivo

Autores

  • Raquel Costa Serviço de Pediatria. Hospital Espírito Santo de Évora. Évora.
  • Catarina Franco Serviço de Pediatria. Hospital Divino Espírito Santo. Ponta Delgada.
  • Nádia Santos Serviço de Pediatria. Hospital Espírito Santo de Évora. Évora.
  • Patrícia Maio Serviço de Pediatria. Hospital Espírito Santo de Évora. Évora.
  • Filipa Vieira Serviço de Pediatria. Hospital São Francisco Xavier. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa.
  • Sónia Antunes Serviço de Neonatologia. Hospital Espírito Santo de Évora. Évora.
  • Laura Martins Serviço de Neonatologia. Hospital Espírito Santo de Évora. Évora.
  • Madalena Lopo Tuna Serviço de Neonatologia. Hospital São Francisco Xavier. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.10994

Palavras-chave:

Doenças Ósseas Metabólicas, Doenças do Prematuro, Estado Nutricional, Recém-Nascido de Peso Extremamente Baixo ao Nascer, Recém-Nascido Prematuro

Resumo

Introdução: A doença metabólica óssea da prematuridade consiste numa diminuição da matriz óssea, relativamente ao nível esperado para a idade gestacional. O rastreio baseia-se no doseamento sérico da fosfatase alcalina e fósforo. O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência da doença metabólica óssea da prematuridade, analisar os aspetos associados a maior risco para esta doença e descrever o crescimento estaturo-ponderal dos recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500 g, com doença metabólica óssea da prematuridade.
Material e Métodos: Estudo multicêntrico, retrospetivo, observacional e descritivo em três unidades de apoio perinatal diferenciado, entre 1 de maio de 2016 e 30 de abril de 2017; foi obtida uma amostra de conveniência de recém-nascidos com muito baixo peso ao nascer. Descrevem-se as variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais dos recém-nascidos com e sem doença metabólica óssea da prematuridade.
Resultados: Neste estudo foram incluídos 53 recém-nascidos: 30 do sexo masculino, 16 com idade gestacional ≤ 28 semanas. Foram diagnosticados cinco casos de doença metabólica óssea da prematuridade. Neste grupo, a maioria dos doentes era do sexo masculino e apresentavam idade gestacional e peso ao nascer inferior aos do grupo sem doença metabólica óssea da prematuridade. A duração média de nutrição parentérica foi superior nos recém-nascidos com doença metabólica óssea da prematuridade e a relação cálcio/fósforo utilizada foi inferior às recomendações nacionais. A evolução estaturo-ponderal foi semelhante nos recém-nascidos com e sem doença. Nenhum doente com doença metabólica óssea da prematuridade teve intervenção por medicina física e reabilitação.
Discussão: A prevalência de doença metabólica óssea da prematuridade foi de 9,43%, valor inferior ao descrito na literatura. Contudo, apenas 50% dos recém-nascidos cumpriram o rastreio de acordo com as recomendações. Os principais fatores de risco identificados estão de acordo com a literatura.
Conclusão: A doença metabólica óssea da prematuridade é uma comorbilidade frequente nos recém-nascidos de muito baixo peso, mas encontra-se subdiagnosticada. É fundamental rastrear os recém-nascidos em risco para esta patologia, utilizando marcadores bioquímicos, assim como estruturar intervenções nutricionais e estimulação física para evitar as consequências da doença a curto e longo prazo.

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Publicado

2019-08-01

Como Citar

1.
Costa R, Franco C, Santos N, Maio P, Vieira F, Antunes S, Martins L, Tuna ML. Doença Metabólica Óssea da Prematuridade em Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso: Estudo Observacional Retrospetivo. Acta Med Port [Internet]. 1 de Agosto de 2019 [citado 18 de Julho de 2024];32(7-8):536-41. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/10994

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