Atraso no Diagnóstico de Esclerose Múltipla numa População Portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11187Palavras-chave:
Diagnóstico Tardio, Encaminhamento e Consulta, Esclerose Múltipla, Idade de InícioResumo
Introdução: A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica na qual um atraso no diagnóstico poderá reduzir as opções terapêuticas, sendo importante monitorizar o tempo até ao diagnóstico e compreender os fatores que potencialmente o reduzam. Foi objetivo deste estudo determinar o tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico de esclerose múltipla e quais os fatores que podem contribuir para o atraso no diagnóstico.
Material e Métodos: Estudo multicêntrico transversal retrospetivo, realizado em cinco hospitais portugueses. Os doentes foram selecionados, consecutivamente, a partir de bases de dados locais. Os dados sociodemográficos e clínicos iniciais foram adquiridos através de questionário individual. A data do diagnóstico final e a classificação da esclerose múltipla foram obtidas por consulta do processo clínico.
Resultados: Foram incluídos 285 doentes com média de idade ao diagnóstico de 36 anos. A mediana do tempo entre a primeira manifestação clínica e o diagnóstico foi de nove meses (IQR 2 - 38). O atraso no diagnóstico foi associado a idade avançada (p < 0,001; r = 0,35), défice motor inicial [26,5 meses (IQR 4,5 - 56,5), p = 0,0005], maior número de surtos previamente ao diagnóstico (p < 0,001; r = 0,626), primeira observação por outra especialidade médica [11 meses (IQR 2 - 48); p < 0,001], diagnóstico prévio alternativo [20 meses (IQR 4 - 67,5); p < 0,001] e esclerose múltipla primária progressiva [37 meses (IQR 25 - 64,5), p < 0,001]. O atraso mais significativo ocorreu entre o primeiro sintoma e a observação por neurologista.
Discussão: Ocorreu um atraso significativo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico de esclerose múltipla, refletindo uma necessidade de maior acuidade na identificação dos seus principais sintomas.
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