Atraso no Diagnóstico de Esclerose Múltipla numa População Portuguesa

Autores

  • Ana Aires Neurology Department. Centro Hospitalar de São João. Porto.
  • Ariana Barros Neurology Department. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • Célia Machado Neurology Department. Hospital de Braga. Braga.
  • Diogo Fitas Neurology Department. Unidade Local de Saúde do Alto Minho. Viana do Castelo.
  • Gonçalo Cação Neurology Department. Centro Hospitalar do Porto. Porto.
  • Rui Pedrosa Neurology Department. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa.
  • João Cerqueira Neurology Department. Hospital de Braga. Braga. School of Health Sciences. University of Minho. Braga.
  • Sandra Perdigão Neurology Department. Unidade Local de Saúde do Alto Minho. Viana do Castelo.
  • Ana Martins da Silva Neurology Department. Centro Hospitalar do Porto. Porto. Unit for Multidisciplinary Research in Biomedicine. Institute of Biomedical Sciences Abel Salazar. University of Porto. Porto.
  • José Vale Neurology Department. Hospital Beatriz Ângelo. Loures.
  • Maria José Sá Neurology Department. Centro Hospitalar de São João. Porto. Faculty of Health Sciences. University Fernando Pessoa. Porto.
  • Carlos Andrade Neurology Department. Centro Hospitalar do Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.11187

Palavras-chave:

Diagnóstico Tardio, Encaminhamento e Consulta, Esclerose Múltipla, Idade de Início

Resumo

Introdução: A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica na qual um atraso no diagnóstico poderá reduzir as opções terapêuticas, sendo importante monitorizar o tempo até ao diagnóstico e compreender os fatores que potencialmente o reduzam. Foi objetivo deste estudo determinar o tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico de esclerose múltipla e quais os fatores que podem contribuir para o atraso no diagnóstico.
Material e Métodos: Estudo multicêntrico transversal retrospetivo, realizado em cinco hospitais portugueses. Os doentes foram selecionados, consecutivamente, a partir de bases de dados locais. Os dados sociodemográficos e clínicos iniciais foram adquiridos através de questionário individual. A data do diagnóstico final e a classificação da esclerose múltipla foram obtidas por consulta do processo clínico.
Resultados: Foram incluídos 285 doentes com média de idade ao diagnóstico de 36 anos. A mediana do tempo entre a primeira manifestação clínica e o diagnóstico foi de nove meses (IQR 2 - 38). O atraso no diagnóstico foi associado a idade avançada (p < 0,001; r = 0,35), défice motor inicial [26,5 meses (IQR 4,5 - 56,5), p = 0,0005], maior número de surtos previamente ao diagnóstico (p < 0,001; r = 0,626), primeira observação por outra especialidade médica [11 meses (IQR 2 - 48); p < 0,001], diagnóstico prévio alternativo [20 meses (IQR 4 - 67,5); p < 0,001] e esclerose múltipla primária progressiva [37 meses (IQR 25 - 64,5), p < 0,001]. O atraso mais significativo ocorreu entre o primeiro sintoma e a observação por neurologista.
Discussão: Ocorreu um atraso significativo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico de esclerose múltipla, refletindo uma necessidade de maior acuidade na identificação dos seus principais sintomas.

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Publicado

2019-04-30

Como Citar

1.
Aires A, Barros A, Machado C, Fitas D, Cação G, Pedrosa R, Cerqueira J, Perdigão S, Silva AM da, Vale J, Sá MJ, Andrade C. Atraso no Diagnóstico de Esclerose Múltipla numa População Portuguesa. Acta Med Port [Internet]. 30 de Abril de 2019 [citado 23 de Novembro de 2024];32(4):289-94. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/11187

Edição

Secção

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