Admissões Obstétricas em Unidade de Cuidados Intensivos: Uma Revisão de 18 Anos num Hospital Terciário Português
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11410Palavras-chave:
Complicações na Gravidez, Gravidez, Mortalidade Materna, Unidades de Cuidados IntensivosResumo
Introdução: Mortalidade e morbilidade maternas são importantes indicadores da qualidade dos cuidados de saúde. As admissões obstétricas numa unidade de cuidados Intensivos podem ser consideradas um marcador de morbilidade materna. O objetivo deste estudo foi determinar a incidência, morbilidade e mortalidade maternas das gestantes e puérperas admitidas na unidade de cuidados intensivos.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de todas as admissões obstétricas na unidade de cuidados intensivos no período de 2000 a 2017.
Resultados: Noventa e três mulheres necessitaram de internamento em Cuidados Intensivos (0,7 por 1000 partos e 0,8% de todas as admissões de adultos). A média de idades foi de 30,3 anos, a idade gestacional média foi 33,6 semanas, 51 (54,8%) eram primíparas, nove (9,7%) eram gravidezes gemelares e cinco (5,4%) não tinham sido vigiadas durante a gravidez. Oitenta e quatro (90,3%) foram admitidas no período pós-parto imediato. Os motivos mais comuns de internamento foram os distúrbios hipertensivos da gravidez (35,5%) e hemorragia obstétrica (24,7%). A mediana do tempo de internamento foi de cinco dias. A transfusão de hemoderivados foi necessária em 53 (57,0%), ventilação artificial em 50 (53,8%) e uso de vasopressores em 21 (22,6%). Observámos quatro óbitos maternos (4,3%). A maioria das doentes (95,7%) recuperaram e foram transferidas para outros serviços. O valor do Sequential Organ Failure Assessment score teve associação estaticamente significativa com a mortalidade materna.
Discussão: Os resultados obtidos são comparáveis aos obtidos em outros estudos. A mortalidade materna foi semelhante à mortalidade materna nos países desenvolvidos.
Conclusão: A incidência de admissões obstétricas numa unidade de cuidados intensivos foi de 0,8% e 0,7 por 1000 partos. Os distúrbios hipertensivos da gravidez foram as principais causas de internamento. A mortalidade materna foi de 4,3%. Estudos de morbilidade materna são importantes e podem ajudar a melhorar a qualidade dos serviços de saúde.
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