Evidência Associada ao Uso de Oxazolidinonas no Tratamento de Infeções da Pele e das Estruturas da Pele: Estudo Retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11494Palavras-chave:
Doenças Bacterianas da Pele/tratamento, Hospitalização, Infecções dos Tecidos Moles/tratamento, OxazolidinonasResumo
Introdução: As infeções da pele e das estruturas da pele são uma causa crescente de hospitalização. Apesar da baixa mortalidade, as infeções da pele e das estruturas da pele estão associadas a internamentos prolongados e a custos elevados. O uso de oxazolidinonas foi proposto como estratégia para o tratamento ambulatório destes doentes como forma de reduzir a duração do internamento. Pretendeu-se avaliar a evidência associada ao uso de oxazolidinonas no tratamento de infeções da pele e das estruturas da pele.
Material e Métodos: Neste estudo retrospectivo observacional analisámos a base de dados portuguesa anonimizada, codificada por grupos de diagnóstico homogéneos. Incluímos adultos com alta hospitalar entre 2010 a 2015 com diagnóstico de alta de utilização de oxazolidinonas. Nesse grupo selecionamos os que apresentavam diagnóstico concomitante de infeções da pele e das estruturas da pele.
Resultados: Durante o período em estudo 5518 doentes receberam o diagnóstico de tratamento com oxazolidinona. Destes selecionámos 483 com diagnóstico concomitante de infeções da pele e das estruturas da pele. Destes, 62,7% eram homens e a idade média foi de 64,9 anos. A duração mediana do internamento hospitalar foi de 27 dias (intervalo interquartil 13 – 56) e a taxa de mortalidade foi 12,6%. A prevalência de anemia secundária, nos 5518 doentes tratados com oxazolidinonas, foi de 2,5% e a de trombocitopénia foi de 3%.
Discussão: Apesar da elevada biodisponibilidade das oxazolidinonas, neste estudo não conseguimos identificar evidência que o seu uso estivesse associado a diminuição da mortalidade ou da demora média hospitalar (relacionado com alta precoce) dos doentes com infeções da pele e das estruturas da pele.
Conclusão: Neste estudo não encontramos evidência de que a utilização de oxazolidinonas esteja associada a benefícios clínicos significativos. Estratégias integradas, incluindo antibióticos com bom perfil de segurança e de farmacocinética, bem como planeamento adequado para seguimento em ambulatório parecem ser necessários.
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