Pneumonia Adquirida no Hospital num Serviço de Medicina Intensiva: Estudo Prospectivo com Um Ano de Seguimento
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11607Palavras-chave:
Farmacorresistência Bacteriana Múltipla, Infecção Hospitalar, Pneumonia Associada a Cuidados de Saúde, Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Unidades de Cuidados IntensivosResumo
Introdução: A pneumonia adquirida no hospital é uma complicação frequente nos doentes críticos e uma importante causa de admissão nos Cuidados Intensivos. O objetivo deste estudo foi avaliar a demografia, incidência, fatores de risco, microbiologia e outcome da pneumonia nosocomial num Serviço de Medicina Intensiva.
Material e Métodos: Estudo prospectivo e observacional, num hospital universitário terciário, durante o período de um ano (2014).
Resultados: Foram avaliados 60 doentes. Trinta e cinco (58,3%) com pneumonia nosocomial adquirida no Serviço de Medicina Intensiva, correspondendo a 6,9 casos/1000 dias de intubação. A antibioterapia nos últimos 30 dias esteve presente em 75% dos casos. A incidência de Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii foi de 26,2%, 20,0% e 9,2% respetivamente. Os doentes com pneumonia de início tardio (≥ 7 dias) apresentaram maior frequência de bacilos Gram-negativos não-fermentadores e S. aureus resistente à meticilina. A antibioterapia em associação foi aplicada em 67,0% e a descalação em 18,3% dos doentes. A taxa de mortalidade foi 18,3%. O odds ratio ajustado de mortalidade no grupo de doentes críticos com pneumonia nosocomial adquirida fora da UCI foi de 5,2 (95% CI de 1,02 – 22,10; p = 0,046).
Discussão: O conhecimento da flora local bacteriana e os padrões de resistência bacteriana são de grande importância e amplamente recomendados. Esta evidência aumenta a probabilidade de sucesso da antibioterapia empírica.
Conclusão: O S. aureus foi o agente causador predominante da pneumonia. O fator de risco mais frequente para infecção por organismos multirresistentes foi o tratamento prévio com antibióticos. Organismos multirresistentes estavam presentes em 45% das pneumonias adquiridas no hospital de origem bacteriana comprovada. O grupo de doentes críticos com pneumonia nosocomial não adquirida no Serviço de Medicina Intensiva apresentou um risco de mortalidade cerca de cinco vezes maior comparativamente aos doentes com pneumonia nosocomial adquirida no Serviço de Medicina Intensiva.
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