Análise da Taxa de Mortalidade por Cancro da Mama em Portugal ao Longo de uma Década: Análise de Clustering Espácio-Temporal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11749Palavras-chave:
Análise Espaço-Temporal, Conglomerados Espaço-Temporais, Neoplasias da Mama/mortalidade, PortugalResumo
Introdução: O cancro da mama é a primeira causa de morte relacionada com cancro em mulheres portuguesas. Este estudo pretende
caracterizar a mortalidade feminina por cancro da mama em Portugal no período de 2002 a 2013, com enfoque nos padrões espácio-temporais.
Material e Métodos: A taxa de mortalidade por cancro da mama foi estudada com recurso a análise descritiva (bruta e ajustada para a idade), e análise de clustering espácio-temporal.
Resultados: Em 2002 – 2013 a taxa de mortalidade por cancro da mama foi 28,47/100 000 habitantes e a taxa de mortalidade ajustada pela idade foi de 19,46/100 000 habitantes. Neste período a região de Lisboa (urbana), Alentejo e Algarve (rural) apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas, mas após ajustamento pela idade a Madeira (urbana), Lisboa e Algarve demonstraram taxas de mortalidade superiores. Na análise espácio-temporal, a taxa de mortalidade geral apresentou um crescimento de 1,218%/ano, sem variações espaciais. Adicionalmente, padrões diferentes foram detetados nos grupos de mulheres com < 50, 50 - 64 e ≥ 65 anos (+ 0,725%, - 1,781% e + 0,896%, respetivamente). Um cluster temporal (2004 – 2006) e um espácio-temporal (costa Norte) apresentaram taxa de mortalidade significativamente mais baixas que o esperado para o período e/ou área (26,2 e16,1/100 000 habitantes, respetivamente). Por outro lado, dois clusters espácio-temporais, localizados na cidade de Lisboa (2002 – 2007) e na zona Centro (2008 – 2013), apresentaram taxas de mortalidade por cancro da mama superiores às expectáveis (48,6 e 34,9/100 000 habitantes, risco relativo: 1,74 e 1,26, respetivamente).
Discussão: A taxa anual bruta e ajustada para a idade de mortalidade por cancro da mama aproximam-se das anteriormente publicadas. No entanto, o aumento anual nas taxas brutas contrasta com a literatura neste tópico. A presença de clusters espácio-temporais suporta a distribuição variável da taxa de mortalidade por cancro da mama nas diferentes regiões do país.
Conclusão: Este estudo identificou áreas e tendências na taxa de mortalidade feminina por cancro da mama, demonstrando variações espácio-temporais nesta taxa que suportam estudos e intervenções mais detalhadas nesta área.
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