Transplantação Alogénica de Medula Óssea: Evolução ao Longo de 30 Anos na Experiência de um Centro
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.11768Palavras-chave:
Portugal, Transplante de Células-Tronco HematopoéticasResumo
Introdução: A transplantação alogénica de células hematopoiéticas é utilizada regularmente no tratamento de uma grande variedade de doenças hematológicas. O nosso programa de transplantação teve início em 1987 e desde então têm sido numerosos os avanços nesta área. Este estudo foi conduzido para avaliar se as alterações introduzidas ao longo de 30 anos melhoraram os resultados obtidos.
Material e Métodos: Analisámos os resultados numa população de 682 doentes submetidos consecutivamente a um primeiro transplante alogénico entre 1987 e 2016. Para tal, os doentes foram divididos em intervalos de 10 anos e comparámos a sobrevida global, a sobrevida livre de progressão, a mortalidade não associada a recaída e as recaídas em cada década do estudo.
Resultados: A mediana de idades dos doentes transplantados, a utilização de células progenitoras provenientes do sangue periférico e a transplantação com dadores não familiares aumentaram muito significativamente ao longo do estudo. Verificou-se, comparativamente com a primeira década, um aumento do número de doentes de alto risco nas duas décadas subsequentes. A mortalidade não relacionada com recidiva, avaliada aos três anos pós-transplante, diminuiu significativamente de 29% para 20% (p = 0,045), mantendo-se estáveis a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão, assim como a incidência cumulativa de recaídas.
Discussão: A transplantação alogénica hematopoiética tem evoluído consideravelmente desde a sua introdução na prática clínica. No presente trabalho são avaliados os reflexos dessa evolução ao longo de 30 anos sendo analisados os resultados obtidos e comparados com os referidos na literatura.
Conclusão: Apesar das características mais desfavoráveis verificadas ao longo das três décadas (doentes mais idosos, doenças de risco mais elevado, aumento do número de dadores não familiares) foi possível reduzir significativamente a mortalidade associada ao procedimento, mantendo-se estáveis a sobrevida global e livre de progressão, assim como a incidência de recaídas.
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