Enxaqueca Crónica e Refratária: Como Diagnosticar e Tratar
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12004Palavras-chave:
Perturbações da Cefaleia Secundários/induzido quimicamente, Perturbações de Enxaqueca/diagnóstico, Perturbações de Enxaqueca/tratamento farmacológicoResumo
A enxaqueca é uma cefaleia muito prevalente na população com importantes custos pessoais, sociais e económicos e é a segunda causa a nível mundial de anos vividos com incapacidade. As suas variantes, crónica (aquela que ocorre mais de 15 dias por mês) e refratária (resistente ao tratamento), sobretudo quando se complicam de uso excessivo de analgésicos, embora mais raras, constituem as formas que causam maior incapacidade. Os autores revêm estes três tipos de cefaleias (enxaqueca refratária, enxaqueca crónica e cefaleia secundária a utilização excessiva de analgésicos) que constituem um grupo de cefaleias de difícil terapêutica. São revistos a epidemiologia, os aspetos clínicos, os critérios de diagnóstico, as comorbilidades, os fatores de agravamento e o impacto destas cefaleias sobre a qualidade de vida dos doentes. O tratamento de cada uma destas entidades é abordado, ressalvando a importância de uma abordagem abrangente, considerando o tratamento das comorbilidades, a utilidade de medidas não farmacológicas, o imperativo de evitar o abuso de analgésicos e a necessidade absoluta de tratamento profilático. São revistos os diferentes tratamentos profiláticos disponíveis (e a evidência científica da sua eficácia), tais como os fármacos preventivos orais (neuromodeladores como o topiramato), a toxina botulínica tipo A e os novos medicamentos preventivos para a enxaqueca (anticorpos monoclonais que atuam sobre o péptido relacionado com o gene da calcitonina ou o seu recetor, e que são os primeiros medicamentos preventivos desenvolvidos especificamente para atuar na fisiopatogenia da enxaqueca. Para os casos refratários são consideradas outras alternativas terapêuticas como a neuroestimulação.
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