Prevalência de Cardiopatias Congénitas em Portugal em 2015: Dados do Registo Nacional de Anomalias Congénitas

Autores

  • Isabel Saraiva de Melo Pediatria. Clínica CUF Almada. Almada. Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Paula Braz Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Rita Roquette Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Paulo Sousa Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Carla Nunes Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Carlos Dias Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.12111

Palavras-chave:

Cardiopatias Congénitas/epidemiologia, Portugal, Registos

Resumo

Introdução: A prevalência de cardiopatias congénitas em Portugal é de 8,3/1000 nascimentos; cardiopatias congénitas críticas não detectadas podem resultar em graves consequências para o feto/recém-nascido. O objectivo deste trabalho é descrever os casos de cardiopatia congénita reportados em Portugal em 2015 quanto ao diagnóstico pré-natal, patologia cardíaca e à presença de outras malformações congénitas ou anomalias cromossómicas. Estas características são comparadas nos subgrupos dos nados-vivos e de interrupção médica da gravidez. Por último, caracterizam-se os óbitos.
Material e Métodos: Os dados de cardiopatias congénitas reportadas ao Registo Nacional de Anomalias Congénitas em 2015 foram analisados, e calculadas as taxas de prevalência por 1000 nascimentos, comparadas utilizando teste de independência do quiquadrado.
Resultados: A prevalência de cardiopatias congénitas neste estudo foi de 5/1000, (339 nados-vivos, 20% com cardiopatias congénitas críticas). As cardiopatias mais frequentes foram as seguintes: comunicação interventricular (38%), comunicação interauricular (15%), coartação da aorta (7%), tetralogia de Fallot (7%) e estenose pulmonar (5%). Um terço dos nados-vivos teve diagnostico pré-natal de cardiopatia. Dos nados-vivos com cardiopatias congénitas críticas, 54% teve diagnostico pré-natal e 14% foi diagnosticado ao nascer. Foram identificados 84 registos de interrupção médica da gravidez; 49% apresentava cardiopatias congénitas críticas, 75% outras malformações associadas, e 40% cromossomopatias. Foram registados 15 óbitos (3,4% de mortalidade) associados a prematuridade e/ou baixo-peso ao nascer, cardiopatias congénitas críticas, outras malformações e anomalias cromossómicas.
Discussão: A prevalência de cardiopatias congénitas neste estudo (5/1000 nascimentos) foi inferior ao descrito noutros estudos internacionais, não obstante uma distribuição por tipo de anomalia semelhante ao previamente reportado. Observaram-se assimetrias regionais significativas que necessitam de mais investigação.
Conclusão: Este estudo é relevante para melhor conhecimento da realidade nacional e organização dos Cuidados de Saúde. É importante uma maior adesão ao Registo Nacional de Anomalias Congénitas.

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Biografias Autor

Isabel Saraiva de Melo, Pediatria. Clínica CUF Almada. Almada. Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.

Aluna do 9º Programa de Doutoramento em Saúde Pública da ENSP

Paula Braz, Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

Departamento de Epidemiologia do INSA

Rita Roquette, Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

Departamento de Epidemiologia do INSA

Paulo Sousa, Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.

Centro de Investigação em Saúde Pública

Carla Nunes, Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.

Centro de Investigação em Saúde Pública

Carlos Dias, Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

Departamento de Epidemiologia do INSA

Centro de Investigação em Saúde Pública da ENSP

Publicado

2020-07-01

Como Citar

1.
Melo IS de, Braz P, Roquette R, Sousa P, Nunes C, Dias C. Prevalência de Cardiopatias Congénitas em Portugal em 2015: Dados do Registo Nacional de Anomalias Congénitas. Acta Med Port [Internet]. 1 de Julho de 2020 [citado 23 de Novembro de 2024];33(7-8):491-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/12111

Edição

Secção

Original