Perfil Neuropsicológico, Reserva Cognitiva e Desajustamento Emocional numa Amostra Portuguesa de Doentes com Obesidade Grave

Autores

  • Olga Ribeiro Unidade de Neuropsicologia. Hospital de Egas Moniz. Lisboa. ISAMB – Instituto de Saúde Ambiental. Lisboa.
  • Isabel do Carmo Departamento de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Hospital de Santa Maria. Lisboa.
  • Teresa Paiva CENC – Centro de Medicina do Sono. Lisboa.
  • Maria Luísa Figueira Departamento de Psiquiatria. Hospital de Santa Maria. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.12233

Palavras-chave:

Cognição, Emoções, Funções Executivas, Obesidade Mórbida/psicologia, Portugal, Reserva Cognitiva

Resumo

Introdução: A obesidade é fator de risco significativo para múltiplas comorbilidades e a sua relação com a disfunção neurocognitiva é de particular importância no declínio cognitivo particularmente na meia-idade. Explorámos o perfil neuropsicológico, a reserva cognitiva e o desajustamento emocional, em doentes com obesidade grave, devido ao seu impacto na neuro-degeneração.
Material e Métodos: Questionário sociodemográfico e clínico, provas neuropsicológicas e de avaliação de sintomas de desajustamento emocional, na avaliação do desempenho cognitivo de 120 doentes, entre os 18 e os 65 anos, em tratamento da sua obesidade grave em Portugal, entre maio de 2012 e dezembro de 2015.
Resultados: O desempenho cognitivo situou-se abaixo do valor médio da população portuguesa, para a memória imediata, visuoperceção, resistência à interferência e flexibilidade cognitiva. A reserva cognitiva foi maioritariamente baixa, principalmente nos grupos de pacientes com mais idade e com status profissional mais baixo. A sua elevação associou-se a melhores resultados cognitivos. O desajustamento emocional denotou significativa elevação comparativamente com uma amostra normativa. Os fatores de risco avaliados foram importantes no agravamento das funções cognitivas e o desempenho cognitivo decresceu com o aumento da idade.
Discussão: A obesidade grave esteve associada a um pior desempenho cognitivo da amostra. A reserva cognitiva foi superior nos mais jovens. Houve presença expressiva de mal-estar emocional particularmente entre as mulheres.
Conclusão: A obesidade grave está associada a uma diminuição do desempenho cognitivo e emocional que é coadjuvada pelo envelhecimento, reserva cognitiva baixa e comorbilidade. Sublinha-se, neste trabalho, a necessidade de ações preventivas entre as quais o screening neuropsicológico na deteção de alterações e conceção de melhores intervenções.

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Publicado

2020-01-03

Como Citar

1.
Ribeiro O, Carmo I do, Paiva T, Figueira ML. Perfil Neuropsicológico, Reserva Cognitiva e Desajustamento Emocional numa Amostra Portuguesa de Doentes com Obesidade Grave. Acta Med Port [Internet]. 3 de Janeiro de 2020 [citado 22 de Novembro de 2024];33(1):38-4. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/12233

Edição

Secção

Original