Prevenção da Infeção pelo Vírus do Papiloma Humano. Para Além do Cancro do Colo do Útero: Uma Breve Revisão
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12259Palavras-chave:
Infecções por Papillomavirus, Neoplasias do Colo do Útero, Vacinas contra PapillomavirusResumo
Introdução: O vírus do papiloma humano é responsável por quase todos os casos de cancro do colo do útero, de uma importante fração de lesões anogenitais e orofaríngeas pré-invasivas e invasivas bem como de condilomas genitais e da papilomatose respiratória recorrente. Atualmente existem três vacinas profiláticas contra o vírus do papiloma humano de alto risco comercializadas em vários países do mundo.
Métodos: Para esta revisão não-sistemática, os autores pesquisaram na MEDLINE/PubMed revisões sistemáticas, metanálises e ensaios clínicos randomizados, publicados nos últimos seis anos, utilizando os termos “HPV”, “cancro não cervical” e “vacina”. Os cancros não cervicais causados pelo vírus do papiloma humano são lesões menos comuns. Contudo, a sua incidência tem aumentado, a par de uma diminuição do cancro do colo do útero, devido principalmente à implementação de programas de rastreio altamente eficazes. Uma vez que não existem programas oficiais de rastreio para cancros não cervicais, a vacinação universal pode ter um impacto importante. O efeito preventivo da vacina é principalmente estudado e estabelecido em relação ao cancro do colo do útero, embora também tenha sido demonstrado no desenvolvimento de lesões vulvares e vaginais. Até ao momento, a eficácia na prevenção de doenças anais e orofaríngeas relacionadas com o vírus do papiloma humano é incerta, devido à escassez de dados na literatura e baixa cobertura de vacinação em homens. A prevalência de lesões e o consequente benefício absoluto da vacinação é inferior nos homens, porém proporciona um benefício adicional à imunidade de grupo alcançada com a vacinação de mulheres.
Conclusão: A fração total de lesões malignas e pré-malignas atribuídas aos genótipos de vírus do papiloma humano contidos na vacina nonavalente é significativa tanto em mulheres quanto em homens, o que confere a essa vacina um grande potencial em termos de Saúde Pública.
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