Filhos de Mães com Doença de Graves: Experiência de 15 Anos de uma Unidade de Endocrinologia Pediátrica

Autores

  • Inês Romão Luz Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. https://orcid.org/0000-0003-2550-5585
  • João Rio Martins Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Mónica Jerónimo Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Joana Serra Caetano Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Rita Cardoso Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Isabel Dinis Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Alice Mirante Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.12279

Palavras-chave:

Complicações da Gravidez, Doença de Graves, Efeitos Tardios da Exposição Pré-Natal, Mães, Portugal, Recém-Nascido

Resumo

Introdução: A doença de Graves é caraterizada pela existência de autoanticorpos dirigidos ao recetor da tirotrofina, que podem ter uma ação estimuladora/inibitória, ao nível da mulher com a doença, bem como do seu feto ou recém-nascido. Quisemos rever a nossa série de casos de filhos de mães com doença de Graves de forma a estabelecer preditores da função tiroideia neonatal.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo de uma coorte da base de dados da Unidade de Endocrinologia Pediátrica, composta por filhos de mães com doença de Graves, seguidos entre 2002 e 2017. Foram recolhidos dados clínicos e laboratoriais dos processos clínicos das progenitoras e seus filhos.
Resultados: Foram incluídos 50 recém-nascidos, de 46 mulheres com uma mediana de 3,5 anos de diagnóstico. Em todos os trimestres de gravidez, mais de metade das mulheres tinham autoanticorpos dirigidos ao recetor da tirotrofina positivos. Nem todas fizeram uma avaliação trimestral completa da função tiroideia. O rastreio no sangue do cordão foi realizado em trinta e dois recémnascidos. Durante o período neonatal houve três casos de hipotiroidismo e dois de hipertiroidismo. As mães destes recém-nascidos tinham valores mais elevados das frações livres das hormonas tiroideias no segundo trimestre (p = 0,03). O valor dos anticorpos dirigidos ao recetor da tirotrofina no sangue do cordão e na primeira avaliação neonatal foi significativamente mais elevado (p = 0,03
em ambos) nos recém-nascidos distiroideus.
Discussão: Os nossos resultados sublinham a importância de todas as mulheres grávidas, com doença de Graves, fazerem a avaliação da função tiroideia e autoanticorpos dirigidos ao recetor da tirotrofina em cada trimestre, bem como da avaliação destes anticorpos no sangue do cordão.
Conclusão: Valores elevados das frações livres das hormonas tiroideias no segundo trimestre de gravidez e de anticorpos dirigidos ao recetor da tirotrofina no sangue do cordão são preditores de distiroidismo nos recém-nascidos filhos de mães com doença de Graves.

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Biografia Autor

Inês Romão Luz, Pediatric Endocrinology Unit. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.

AA: ID#11837

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Publicado

2020-07-01

Como Citar

1.
Luz IR, Martins JR, Jerónimo M, Caetano JS, Cardoso R, Dinis I, Mirante A. Filhos de Mães com Doença de Graves: Experiência de 15 Anos de uma Unidade de Endocrinologia Pediátrica. Acta Med Port [Internet]. 1 de Julho de 2020 [citado 30 de Junho de 2024];33(7-8):483-90. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/12279

Edição

Secção

Original