Infeções Urinárias Causadas por Enterobacteriaceae Produtoras de β-Lactamases de Espetro Expandido Adquiridas na Comunidade num Hospital de Nível III - Um Estudo Retrospetivo
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12338Palavras-chave:
Antibacterianos, β-lactamases, Criança, Enterobacteriaceae, Infecções Comunitárias Adquiridas, Infecções por Enterobacteriaceae, Infecções UrináriasResumo
Introdução: A emergência de bactérias produtoras de β-lactamases de espetro expandido é um problema mundial, com importância crescente nas infeções adquiridas na comunidade, nomeadamente nas infeções urinárias. Os dados pediátricos de utilização de antimicrobianos não carbapenemos nestas infeções são escassos. O objetivo do estudo foi analisar a terapêutica antibiótica instituída nas infeções urinárias causadas por estes agentes, assim como a evolução clínica e laboratorial.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo efetuado num hospital pediátrico entre junho de 2007 e dezembro de 2017. Foram incluídas todas as crianças com urocultura positiva para Enterobacteriaceae produtoras de β-lactamases.
Resultados: Foram diagnosticadas 175 infeções urinárias causadas por Enterobacteriaceae produtoras de β-lactamases, das quais 34 (19%) foram adquiridas na comunidade: 25 Escherichia coli (74%), 4 Klebsiella pneumoniae (12%), 4 Proteus mirabilis (12%) e 1 Proteus vulgaris (3%). Em 30 (88%) episódios tratou-se da primeira infeção urinária. Após conhecimento do microrganismo e suas suscetibilidades, 33 (97%) crianças foram reavaliadas e 24 (71%) repetiram urocultura, que foi positiva em três (13%). Em seis (18%) casos foi alterado o antimicrobiano. No mês subsequente, quatro (12%) crianças tiveram nova infeção urinária e 30 (88%) crianças realizaram investigação imagiológica, sem deteção de malformações nefro-urológicas.
Discussão: Na última década, cerca de 20% das infeções urinárias causadas por Enterobacteriaceae produtoras de β-lactamases foram adquiridas na comunidade, com um número relativamente estável ao longo dos anos. Estas crianças não apresentavam malformações nefro-urológicas.
Conclusão: Embora o número de casos seja pequeno, a evolução clínica e microbiológica mostrou que a maioria foi tratada com sucesso com antimicrobianos não carbapenemos, com baixa ocorrência de novos episódios.
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