Consumo de Álcool nos Estudantes do Ensino Superior de Coimbra e o Impacto das Festas Académicas
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12366Palavras-chave:
Bebedeira, Bebidas Alcoólicas, Comportamento Ritualístico, Educação de Pós-Graduação, Intoxicação AlcoólicaResumo
Introdução: Na literatura internacional, nacional e em estudos no ensino superior em Portugal os jovens apresentam consumos alcoólicos excessivos e binge drinking. Contudo, não se encontra estabelecida qualquer relação entre o consumo e as festas académicas. O objectivo deste estudo foi compreender a associação entre consumo de bebidas alcoólicas e festas académicas, estabelecendo uma relação entre estes momentos e um padrão específico de consumo, bem como perceber a ocorrência de padrões específicos de consumo de acordo com o sexo e os anos de frequência escolar.
Material e Métodos: Foi elaborado um questionário, constituído pelo “Alcohol Use Disorders Identification Test – Consumption” (AUDIT-C) e apresentando a questão “Qual a bebida mais consumida?” num mês com festas académicas e num mês sem que se realizassem. O questionário dirigido a alunos da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de Coimbra, foi divulgado na página de Facebook® da Universidade de Coimbra.
Resultados: Na amostra de estudantes do ensino superior de Coimbra, com idade igual ou superior a dezassete anos (n = 503), o AUDIT-C em mês com festas académicas é superior ao mês sem festas, verificando-se correlação positiva forte e significativa (ρ = 0,711; ρ < 0,001). Em mês sem festas académicas, 41,8% do sexo feminino e 24,0% do sexo masculino apresentam AUDIT-C positivo. Em mês com festas académicas 73,8% do sexo feminino e 56,3% do sexo masculino apresentam AUDIT-C positivo. O sexo feminino apresenta maior risco de consumo excessivo (ρ < 0,001) e bebe mais bebidas espirituosas / shots. Há diferença significativa entre sexos quanto à bebida mais consumida (ρ < 0,001).
Discussão: O consumo de alcool é superior nos primeiros anos, embora as festas académicas pareçam ter um impacto proporcional independente do número de matrículas. Em mês com festas académicas, há maior frequência de binge drinking e de consumo superior ao máximo diário recomendado. O sexo masculino revela aumento do consumo de bebidas espirituosas / shots.
Conclusão: As festas académicas fomentam as ocasiões de binge drinking pré-existentes, residindo o problema na forma como os jovens abordam o consumo de álcool.
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