Diferenças entre os Doentes Submetidos a Colecistectomia Laparoscópica com Alta ao Final do Dia Versus Pernoita: Um Estudo Retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12420Palavras-chave:
Colecistectomia Laparoscópica, Hospitalização, Procedimentos Cirúrgicos AmbulatóriosResumo
Introdução: Apesar da colecistectomia laparoscópica ser uma técnica cada vez mais realizada em regime de ambulatório, não é praticada em algumas unidades por ausência de pernoita. São objetivos deste estudo identificar as diferenças entre os doentes com alta ao final do dia versus pernoita e os fatores preditores de pernoita.
Material e Métodos: Realizámos uma análise retrospetiva dos dados pré, peri e pós-operatório dos doentes operados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017, tendo-se procedido à análise estatística das variáveis.
Resultados: Foram incluídos 311 doentes, sendo que apenas 33,4% pernoitaram. Destes, 81,7% foram operados depois das 14 horas. Como fatores preditores de pernoita foram identificados a idade (p = 0,001) no grupo da manhã, havendo a partir dos 61,50 anos (Younden index = 0,396) uma maior possibilidade de pernoita (15,3%) e a hora de início da cirurgia (p < 0,0001) no grupo da tarde, sendo que os doentes operados após as 16 horas e trinta minutos (Younden index = 0,492) têm maior possibilidade de pernoita (77,1%).
Discussão: Grande parte dos doentes pernoitou devido à hora em que completou o recobro, uma vez que não se identificou uma causa para tal (84,7%). Caso a nossa Unidade não dispusesse de pernoita teríamos uma taxa global de internamento de 8,4%, que corresponde aos doentes com causa identificada para a pernoita e os doentes internados.
Conclusão: A colecistectomia em ambulatório pode ser realizada em unidades que não disponham de pernoita, desde que as cirurgias decorram no período da manhã, os doentes sejam selecionados de forma criteriosa e exista a possibilidade de internamento.
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