18F-FDG PET/TC em Doentes com Carcinoma da Vulva e Vagina: Estudo Preliminar de 20 Casos
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12510Palavras-chave:
Fluordesoxiglucose F18, Neoplasias Vaginais/diagnóstico por imagem, Neoplasias Vulvares/diagnóstico por imagem, Tomografia Computadorizada com Tomografia por Emissão de PositrõesResumo
Introdução: Apesar da crescente evidência que suporta o uso da tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose em tumores malignos do colo do útero e do ovário, os dados sobre o carcinoma da vulva e da vagina são escassos. O nosso objetivo foi avaliar o papel da tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose em doentes com carcinoma da vulva e da vagina.
Material e Métodos: Entre janeiro de 2013 e abril de 2018 foi realizado um estudo retrospetivo numa coorte de 20 doentes com carcinoma da vulva (n = 17) e da vagina (n = 3), comprovados por biópsia, que efetuaram tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose. Recolheram-se os dados clínicos de todos os doentes, bem como a indicação clínica para a realização da tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose, os seus resultados e o valor de captação padronizado máximo da lesão principal (SUVmax). Para além disso, correlacionaram-se os resultados da tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose com os de outras modalidades diagnósticas, nomeadamente com os achados histológicos, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Os doentes foram divididos em dois grupos, um com doença recém diagnosticada e outro com doença recorrente.
Resultados: Seis doentes tinham doença recém diagnosticada e 14 tinham doença recorrente. A lesão principal foi detetada em cinco dos seis doentes com doença recém diagnosticada e nos 14 com doença recorrente. Foram identificados outros locais de captação de 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose, nomeadamente gânglios linfáticos ilíacos e inguinais, e lesões à distância. Em 12 casos foram realizadas ressonância magnética e tomografia computadorizada. Em quatro casos com doença recorrente, as anomalias (lesão principal /gânglios linfáticos metastáticos) identificadas na tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose não haviam sido descritas como suspeitas pela tomografia computadorizada.
Discussão: No nosso estudo, a tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose identificou mais anomalias que a tomografia computadorizada na doença recorrente. Comparando com os resultados histológicos, a tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose apresentou sensibilidade de 95% e um valor preditivo positivo de 100% na identificação do tumor primário/ lesão principal recorrente. Poucos dados estão disponíveis sobre a utilidade da tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose no seguimento de carcinomas da vulva e da vagina. As evidências atuais sugerem uma elevada exatidão na deteção de metástases ganglionares e uma mudança de 36,0% - 61,5% no tratamento destes doentes. Os nossos achados reforçam a utilidade desta técnica no carcinoma da vulva e da vagina. As limitações do nosso estudo decorrem da sua natureza retrospetiva e da raridade das patologias estudadas, o que condiciona o tamanho da amostra e a quantidade de exames de imagem comparativos.
Conclusão: Neste estudo preliminar, a tomografia por emissão de positrões/ tomografia computadorizada com 2-[F-18]-fluor-2-desoxi-D-glucose demonstrou poder ser um método útil em doentes com carcinoma da vulva e da vagina, nomeadamente na definição da extensão da doença e na contribuição para o estadiamento e restadiamento precisos.
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