Encefalopatias Epilépticas Infantis: O Novo Paradigma do Diagnóstico Genético
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12550Palavras-chave:
Criança, Encefalopatias, Epilepsia/diagnóstico, Testes GenéticosResumo
Introdução: As encefalopatias epilépticas da infância constituem um grupo de patologias de início precoce e prognóstico neurológico reservado. O desenvolvimento das novas técnicas de estudo genético foi responsável pela identificação de novos genes implicados. Nos últimos anos, assistimos a uma revolução no seu paradigma diagnóstico. Contudo, actualmente não existem recomendações internacionais consensuais sobre a abordagem à investigação das encefalopatias epilépticas genéticas. Pretendemos discutir o conhecimento actual sobre a arquitectura genética das encefalopatias epilépticas infantis.
Material e Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura das encefalopatias epilépticas infantis genéticas e estudos utilizados no seu diagnóstico. Propomos uma abordagem sistematizada através de um algoritmo diagnóstico a utilizar na prática clínica.
Resultados: Inicialmente deve-se determinar o fenótipo do doente com base no tipo de crises, padrão electroencefalográfico e neuroimagem. Nos doentes sem etiologia após resultados de ressonância magnética cranioencefálica, deve-se realizar estudo metabólico apropriado para o diagnóstico prioritário de doenças metabólicas tratáveis. A investigação de outras causas genéticas deve ser considerada, sobretudo perante características fenotípicas sugestivas. Primeiro deve-se realizar a análise de microarray cromossómico, principalmente se existirem alterações dismórficas ou polimalformativas. Se esta for negativa e/ou não existirem elementos físicos distintivos, o próximo passo deve ser realizar os painéis multigénicos ou sequenciação de exoma. Os estudos dirigidos do gene devem ser reservados para quando o fenótipo é indicativo de uma síndrome específica.
Conclusão: A marcha diagnóstica das encefalopatias epilépticas tornou-se complexa com a expansão de conhecimentos genéticos. Este novo paradigma apresenta implicações terapêuticas, prognósticas e de aconselhamento familiar.
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