Encefalopatias Epilépticas Infantis: O Novo Paradigma do Diagnóstico Genético

Autores

  • Rita Martins Serviço de Neurologia. Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca. Amadora.
  • Oana Moldovan Serviço de Genética Médica. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Ana Berta Sousa Serviço de Genética Médica. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • António Levy Unidade de Neuropediatria, Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Sofia Quintas Unidade de Neuropediatria, Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.12550

Palavras-chave:

Criança, Encefalopatias, Epilepsia/diagnóstico, Testes Genéticos

Resumo

Introdução: As encefalopatias epilépticas da infância constituem um grupo de patologias de início precoce e prognóstico neurológico reservado. O desenvolvimento das novas técnicas de estudo genético foi responsável pela identificação de novos genes implicados. Nos últimos anos, assistimos a uma revolução no seu paradigma diagnóstico. Contudo, actualmente não existem recomendações internacionais consensuais sobre a abordagem à investigação das encefalopatias epilépticas genéticas. Pretendemos discutir o conhecimento actual sobre a arquitectura genética das encefalopatias epilépticas infantis.
Material e Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura das encefalopatias epilépticas infantis genéticas e estudos utilizados no seu diagnóstico. Propomos uma abordagem sistematizada através de um algoritmo diagnóstico a utilizar na prática clínica.
Resultados: Inicialmente deve-se determinar o fenótipo do doente com base no tipo de crises, padrão electroencefalográfico e neuroimagem. Nos doentes sem etiologia após resultados de ressonância magnética cranioencefálica, deve-se realizar estudo metabólico apropriado para o diagnóstico prioritário de doenças metabólicas tratáveis. A investigação de outras causas genéticas deve ser considerada, sobretudo perante características fenotípicas sugestivas. Primeiro deve-se realizar a análise de microarray cromossómico, principalmente se existirem alterações dismórficas ou polimalformativas. Se esta for negativa e/ou não existirem elementos físicos distintivos, o próximo passo deve ser realizar os painéis multigénicos ou sequenciação de exoma. Os estudos dirigidos do gene devem ser reservados para quando o fenótipo é indicativo de uma síndrome específica.
Conclusão: A marcha diagnóstica das encefalopatias epilépticas tornou-se complexa com a expansão de conhecimentos genéticos. Este novo paradigma apresenta implicações terapêuticas, prognósticas e de aconselhamento familiar.

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Publicado

2020-06-01

Como Citar

1.
Martins R, Moldovan O, Sousa AB, Levy A, Quintas S. Encefalopatias Epilépticas Infantis: O Novo Paradigma do Diagnóstico Genético. Acta Med Port [Internet]. 1 de Junho de 2020 [citado 30 de Junho de 2024];33(6):415-24. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/12550

Edição

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