Serviço Nacional de Saúde: Dos Desafios da Atualidade às Transformações Necessárias
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12626Palavras-chave:
Disparidades em Assistência à Saúde, Indicadores Básicos de Saúde, Política de Saúde, Portugal, Programas Nacionais de SaúdeResumo
Após uma década de evidentes dificuldades, o Serviço Nacional de Saúde necessita de um significativo investimento público para o seu desenvolvimento. Isso significa repor e acrescentar recursos ao Serviço Nacional de Saúde. Mas quer dizer também adquirir as capacidades necessárias à gestão da sua transformação. Os desafios de saúde não são hoje os mesmos de há 40 anos: (i) Observa-se um considerável aumento da prevalência das pessoas com morbilidade múltipla, de evolução prolongada, requerendo uma utilização contínua de serviços de saúde; (ii) É necessário atrasar e atenuar a expressão da morbilidade múltipla; (iii) Neste contexto, é particularmente importante uma forte aposta na integração dos cuidados, gerindo o percurso das pessoas através do serviços de que necessitam. As transformações indispensáveis para responder a estes desafios são complexas e muito exigentes: (i) Há que reconhecer que uma gestão efetiva das necessárias ‘mudanças adaptativas de proximidade’, requer um elaborado enquadramento analítico, estratégico, de boa governança e governação, que ainda não temos; (ii) É preciso ativar, no conjunto da sociedade portuguesa, fatores indutores e facilitadores de mudança – arquiteturas, processo e instrumentos colaborativos; (iii) Uma forte consciência coletiva da natureza dos desafios de saúde da atualidade e uma acrescida capacidade em gerir mudanças socialmente complexas, permitirá organizar uma direção estratégica para o Serviço Nacional de Saúde, capaz de atuar efetivamente em domínios críticos para o seu desenvolvimento – financiamento, gestão de infraestruturas e recursos, desenvolvimento organizacional no âmbito da administração pública portuguesa, uma política para as profissões de saúde e a articulação com os setores social e privado. Sem um investimento imediato e significativo na capacidade de gerir as mudanças necessárias, as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde em corresponder a aquilo que os portugueses precisam, não deixarão de se acentuar nos próximos anos.
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