Reativação do Citomegalovírus em Doentes com Sépsis numa Unidade de Cuidados Intensivos em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.12993Palavras-chave:
Activação Viral, Citomegalovírus, Cuidados Intensivos, Portugual, SépsisResumo
Introdução: A reativação do citomegalovírus tem sido considerada um factor de agravamento nos doentes diagnosticados com sépsis nas unidades de Cuidados Intensivos. Os principais objetivos deste estudo consistiram na determinação da reativação do Cytomegalovirus em doentes internados numa unidade de Cuidados Intensivos com diagnóstico de sépsis, e se essa reativação estaria relacionada com a evolução do quadro clínico do doente.
Material e Métodos: Na presente investigação foram estudados 22 doentes, internados com o diagnóstico de sépsis na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital da Luz. A deteção do ácido desoxirribonucleico do citomegalovírus foi realizada por técnica de polymerase chain reaction em tempo real e as concentrações de nove citocinas (IL-1α, IL-1β, IL-2, IL-4, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-α, e INFγ) foram determinadas através de uma técnica de ELISA Multiplex.
Resultados: A reativação ocorreu em oito doentes (36,3%). Não foram encontradas relações entre a reativação do citomegalovírus e o sexo, idade, tempo de permanência na unidade de Cuidados Intensivos, duração da ventilação mecânica e morte do doente. Também não foram encontradas diferenças significativas nas concentrações das citocinas nos doentes com e sem reativação. Contudo, os doentes com reativação do citomegalovírus apresentaram um maior tempo de internamento no hospital desde a entrada na unidade de Cuidados Intensivos até a alta hospitalar ou morte do doente (p = 0,025).
Discussão: Apesar da amostra de pequena dimensão, o presente estudo indicia que a reativação é um evento frequente nos doentes diagnosticados com sépsis e que pode estar relacionada com o prolongamento do tempo de permanência no hospital destes doentes.
Conclusão: A análise conjunta dos resultados obtidos e da revisão da literatura não apoiam o conceito de que a monitorização do citomegalovírus deva ser implementada na prática clínica, mas parece prudente aguardarem-se por mais ensaios randomizados utilizando profilaxia antiviral, antes de se assumir uma atitude definitiva relativamente ao papel do citomegalovírus na sépsis.
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